de receitas. Aqui têm cabimento as receitas dos serviços autónomos. Já se verificou acima que estas são o reflexo da intensificação do tráfego nos caminhos de ferro de Lourenço Marques s Beira, que se há-de ainda alargar com o pleno desenvolvimento do caminho de ferro do Limpo pó (a ligar com a Rodésia do Sul) e o prolongamento do caminho de ferro de Moçambique, entre Nacala e a fronteira da Niassolândia, através da rica e vasta província do Niassa. Outros capítulos de receitas fizeram progressos acentuados, mas as verbas são pequenas. Apenas a das taxas atingiu 150000 contos. Vale a pena mostrar a influência de cada capítulo no conjunto das receitas e retrogradar o exame até ao período anterior à guerra. Ver-se-á que o progresso nas consignações de receitas, pelos motivos apontados, alterou profundamente a sua estrutura, na parte que toca à influência de cada capitulo.

Apesar dos aumentos atrás assinalados, as percentagens diminuíram em todos, devido ao grande acréscimo no último.

O quadro seguinte exprime as diversas percentagens no conjunto das receitas ordinárias.

Há evidentes anomalias na estrutura das receitas, aparentes, por exemplo, no caso dos impostos directos e indirectos. A soma das percentagens que competiam a cada um em 1938 elevava-se a 60. Este número aproxima-se do da metrópole, que se arredonda em 70.

À medida que se desenvolve o tráfego dos portos e caminhos de ferro decresce a influência dos outros capítulos, e a percentagem de 60, correspondente à soma dos impostos directos e indirectos em 1938, não passou de 29,2 em 1955. Coisa idêntica aconteceu com os restantes capítulos orçamentará.

De modo que as receitas ordinárias, excluindo os serviços autónomos, no total de 949 150 coutos, representam pouco mais de 36 por cento do conjunto, competindo o restante, nu 64 por cento, àqueles serviços.

Se for agora estudado o problema das receitas no sentido de conhecer a evolução, em percentagens, de cada um dos capítulos e o verdadeiro significado dessa evolução no longo período de dezasseis anos que decorreu desde 1938, obtêm-se os elementos constantes do quadro que segue:

O exame do quadro é elucidativo. Mostra que o progresso dos impostos directos foi lento a partir da grande guerra.

O número-indíce no fim da guerra era de 189. De então até 1955 só subiu 27 pontos, o que é, na verdade, muito pouco.

No caso dos impostos indirectos parece ter havido aceleração nas receitas, porque, tendo pouco mais do que dobrado de 1938 a 1946, desde este ano até 1955 a subida foi de 467 pontos, o que é notável.

Nas consignações de receitas o grande desenvolvimento deu-se a partir do fim da guerra. Já até essa altura se notara o constante aumento das receitas dos serviços autónomos. Mas depois de 1946 o desenvolvimento foi muito grande. E se for examinado o índice de 1950, que se arredonda em 2100 contos, vê-se que