podem justificar o dispêndio de grandes somas de dinheiro em casos onde não se impõem razões económicas.

Neste último caso haverá que estar preparado, não só para a inversão de capitais avultados, como também para a cobertura de saldos negativos inerentes a exploração de pequeno tráfego. Se a zona atravessada tiver condições para rápidos desenvolvimentos económicos, a exploração ferroviária poderá equilibrar se com o tempo.

Na impossibilidade de dar o desenvolvimento completo da conta de exploração de todos os caminhos de ferro de Moçambique estudar-se-ão apenas neste lugar as receitas e despesas do conjunto das explorações que compreendem os caminhos de ferro, os portos e rios, a camionagem e os transportes aéreos.

As cifras mostram que no período 1938-1955 as receitas quintuplicaram, visto terem atingido a cifra de 688 900 contos, contra 135 035 contos em 1938.

Os números são os seguintes, em milhares de contos:

O exame das cifras mostra que os grandes produtores de receitas são os portos e os caminhos de ferro, mais os primeiros do que os segundos.

Em caminhos de ferro incluem-se os tributários de Lourenço Marques e os de Gaza, Quelimane e Moçambique, mas o grande produtor de receita é o de Lourenço Marques.

Em portos estão compreendidos todos os portos da província, incluído o da Beira, de que se falará mais adiante, e que em 1955 apresentou receitas no total de 180 000 contos, também em números redondos. A receita do porto de Lourenço Marques foi de cerca de 134 000 contos, inferior à do porto da Beira.

Receitas e despesas Os 287800 contos acima referidos, que constituem a receita dos caminhos de ferro em 1955, podem desdobrar-se do modo que segue, assim como a despesa:

O coeficiente de exploração do caminho de ferro de Lourenço Marques foi muito interessante, como mostram os números. Houve déficit nos caminhos de ferro de Inhambane, Quelimane e Moçambique.

No caso do da Beira, as receitas e despesas de exploração e respectivo coeficiente serão indicados mais adiante. Nos portos as duas verbas mais importantes suo a de Lourenço Marques (133 958 contos) e a da Beira (180 046 contos). Dos restantes portos, o de Moçambique, com 8698 contos, e o de Quelimane, com 4843 contos, vêm a seguir. Tanto as explorações da camionagem automóvel como a dos transportes aéreos são deficitárias. Em 1955 a conta de resultados acusa o saldo de 370 976 contos, que tiveram a distribuição seguinte:

Contos

O saldo do exercício de 1054, transportado para 1955, foi de 158 129 contos e o deste ano subiu a 212 846 contos. Assim, o saldo disponível -a diferença para 277 049 contos- foi de 93 926 contos.

Esta posição financeira da Direcção dos Serviços dos Portos, Caminhos de Ferro e Transportes pode considerar-se muito boa. Permite renovações e melhoramentos que ainda mais valorizam e alargam a rede. A grande obra da construção de portos e caminhos de ferro, da compra de material de transportes para camionagem e os serviços aéreos tem exigido empréstimos de vulto, que a Administração vem amortizando regularmente.

Em 1955 a posição da conta de empréstimos acusava um saldo de l 663 730 contos.

Há catorze contas de empréstimos, designadas por letras de A a O. Indicam-se a seguir os saldos e os titulares dos empréstimos.