A abertura do caminho de ferro do Limpopo até ao Pafuri, na fronteira da Rodésia do Sul, descongestionará a intensidade de tráfego do caminho de ferro da Beira. Não se prevê, porém, grave diminuição da carga transportada, e muito menos de passageiros, em vista do intensivo desenvolvimento económico da África Central. Da divisão da Beira faz parte o caminho de ferro de Tete, com término perto desta cidade.
Acusou prejuízos de exploração em alguns anos, como se nota a seguir, em milhares de contos:
Em 1955 o coeficiente de exploração já se situa abaixo da unidade. O desenvolvimento do distrito de Tete há-de melhorar as condições de exploração desta via férrea.
O movimento do porto em 1938 fora de l 201 100 t (700 900 t embarcadas e 500 200 t desembarcadas). Em 1955 idêntico total subia a 3 046 200 t (l 091100 t de carga embarcada e l 455 100 t de carga desembarcada).
O desenvolvimento deu-se sobretudo a partir de 1950, como mostram os números, em milhares de toneladas:
Como se nota, o movimento de carga e descarga caminha para o triplo nos anos que decorreram desde 1950.
Ë de notar que o tráfego no porto da Beira em 1955 quase atingiu o de Lourenço Marques, que teve um total de carga manuseada de 3 546 000 t, excluindo carvão.
Como se notou ao tratar do caminho de ferro, a região tributária do porto da Beira, apesar da construção do caminho de ferro do Limpopo e da futura ligação do de Moçambique com o lago Niassa, tende a valorizar-se, devido não só ao progresso da Rodésia, como a futuras explorações nos distritos de Manica e Sofala e Tete. Este porto, que já hoje ocupa um lugar de primeira grandeza na posta oriental de África, ainda aumentará a sua importância no futuro.
Para esse efeito também concorrerá o progresso da própria, cidade da Beira o seus arredores, nas margens do Pungue.
Já hoje se acentua o desenvolvimento económico no Doudo e vizinhanças, que tenderá a aumentar com melhores progressos na rede de estradas.
Receitas e despesas
O coeficiente de exploração desceu de 71,54 por cento em 1949 para menos de 63 por cento em 1955 e o lucro atingiu neste último ano 66 860 contos, mais do que a dobro de 1949.
Os números são os que seguem, em milhares de contos:
O projecto agora em execução compreende o desvio do rio, por meio de uma barragem-ponte, para unia albufeira de regularização dos caudais de estiagem do Limpopo. localizada logo a seguir à tomada de água do rio, formando um lago de perto de 1000 ha, e susceptível de armazenar cerca de 15 000 000 m3 de água, para uso no tempo seco.
Diversos canais e obras secundárias conduzem a água para rega de cerca de 30 000 ha de terrenos situados a jusante. Simultaneamente executam-se as obras necessárias ao povoamento da zona, que compreendem, além de uma faixa florestal numa largura de l km, constituída por essências especialmente destinadas a travessas de caminho de ferro (tecas, gravíleas, eucaliptos e