A província de Timor vive em grande parte da exportação de café. Em 1955, num total de 7 094 000 patacas de mercadorias exportadas, competiam 4 563 000 patacas a café. A seguir em importância estão a borracha e a copra, mas esta última oscila bastante. Em 1953 atingia na exportação um valor da ordem das 884 000 patacas, para cair em 1955 para 527 000 patacas. Os problemas que derivam da grande influência na balança comercial de um único produto são sérios e um pouco semelhantes aos de Angola, embora no caso de Timor o café, de melhor qualidade e de tipo diferente, não apresente a vulnerabilidade do de Angola. A balança comercial nos últimos cinco anos tem a forma seguinte, com os números expressos em milhares de patacas.

(a) Não Inclui a [...]

Nota-se um grande surto lia importação a partir de 1952.

Em 1951 a metrópole e as províncias ultramarinas comparticiparam em bastante mais de metade da importação. Mas a sua quota-parte foi diminuindo. Em 1955, num total de 11 360 000 patacas de importação, apenas competiram aos territórios nacionais 3 752 000 patacas. A obra de reconstrução da província obrigou à importação de volumosas quantidades de materiais, como cimento, ferro e aço, e combustíveis. Hão-de diminuir certamente no futuro estes produtos, mas nem por isso diminuirá a importação, porquanto o nível de vida da província, com a alta do café e os resultados de novas produções, há-de certamente requerer a importação de artigos que outrora eram quase desconhecidos ou de pequeno uso.

Parece que nos últimos anos o homem timorense progrediu e que a melhoria do nível de vida é considerável. Segundo informações tomadas como exactas, são consideradas hoje imprescindíveis mercadorias e objectos que ainda há poucos anos nem sequer se conheciam. Esta modificação rápida no nível de vida s no modo de ser do habitante foi até certo ponto consequência de abundância de disponibilidades monetárias, derivadas da alta de produtos, como o café, a borracha e outros, e da obra de 'reconstrução levada a efeito depois da guerra, que impôs a necessidade de maior emprego s a remessa de capitais do exterior.

Parece estar debelado o surto inflacionista, que pôs em perigo a estabilidade da moeda há quatro anos, e que se mantêm o nível de preços e o do custo da vida.

Se continuarem os esforços no sentido de defender o valor da pataca e de melhorar a produção, de modo a fazer subir as exportações, limitando com moderação as importações, a economia de Timor encontrará o equilíbrio necessário à satisfação de encargos que lhe advieram dos generosos auxílios da metrópole e das duas províncias de Angola e Moçambique. Nos números acima transcritos sobre a balança comercial exclui-se da coluna relativa às exportações o que se refere u reexportação. Os saldos foram sempre negativos no quinquénio. Mas a reexportação de géneros adquiridos em Dili manteve equilibrada a balança comercial, havendo até saldos volumosos em alguns anos, como os de 1951 e 1952.

Com a gradual baixa nas cotações de certos produtos, como a copra, a situação mudou.

Em 1955 aparece o primeiro saldo negativo na balança comercial. Aliás, os números o dizem.

O grande déficit de 1955 não é de bom augúrio e derivou especialmente de dificuldades na exportação de copra e na alta excessiva da importação. Tal se torna visível claramente quando se verifica que a província importou em 1955 mais do dobro, em tonelagem, de mercadorias do que em 1902 e exportou (com reexportação) menos do que em 1951. A balança de pagamentos da província não reflecte tão perigosamente a situação real. Houve saldos em quase todos os anos do quinquénio analisado. De facto, apenas o ano de 1953 faz excepção, com um saldo negativo de 430 000 patacas. Este equilíbrio positivo é devido a o pagamento de parte das impor-