lução que se procura. Só por essa coordenação será possível conjugar as possibilidades que a balança de pagamentos eventualmente ofereça com o restante interesse nacional e ver até que ponto se imporá ou não sacrificar certos artigos - embora do mesmo preço ou de mais interesse imediato - no campo da importação, para que a entrada facilitada daquele que agora está em causa possa vir a contribuir rapidamente para o aumento da riqueza do País.

Precisamos, porém, de ter a consciência de que, se através dessa nova orgânica e de novos métodos somos capazes de melhorar, em valor e em velocidade, a rentabilidade dos nossos investimentos, podemos ficar longe ainda de conseguir, unicamente através deles, resolver em poucos anos o problema instante das nossas baixas capitações, consequentemente o problema que está, em grande parte, na base do custo da nossa produção.

Há necessidade imperiosa, portanto, de procurar rapidamente ajustar por outras vias esse custo, que é alto, ao

Vozes: - Muito bem, muito bem!

o nenhum estranhas as responsabilidades da Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa.

Na ausência duma aplicação judiciosa e firme desses princípios uma grande parte da nossa produção industrial continua a debater-se dentro de dificuldades sensíveis, continua a precisar o a pedir protecções cada vez maiores, vai vivendo -quantas vezes- de soluções de emergência, de tal forma e de tal maneira que os casos de excepção que se vão notando, felizmente, pelo País fora não chegam para desviar a crise que o País atravessa.

Como já disse mais de uma vez, aqui e fora daqui, não desejo defender a aplicação pura e simples dessa legislarão, que a experiência não foi capaz de valorizar o que, segundo creio, se pode encontrar possivelmente inadaptável por motivos de ordem prática, em que razões psicológicas não deixam de intervir; mas haja - repito mais uma vez também- a coragem e o critério de a substituir por disposições e por princípios que se - sintam aplicáveis e de defin ir duma vez para sempre em que condições e de que forma se pode impor a intervenção do Estado no saneamento de situações que acarretam para o País os maiores e mais graves prejuízos.

Não basta, de facto, acumular trabalhos de comissões, que o tempo, aliás, pode ir tornando obsoletos: é preciso materializá-los depois, quando o mereçam, nas soluções que mais convenham no interesse nacional.

Só através duma reorganização judiciosa, pela conjugação do aumento do poder de compra, do baixo custo de produção e de maiores volumes produzidos que satisfaçam a maior procura, podemos criar condições indispensáveis num mercado livre para que, em vez de retracções de oferta elevadora de preços, haja a satisfação imediata da procura que se impõe satisfazer.

A parte que cabe aqui a solução do problema é - sei-o bem- particularmente delicada, até no próprio campo político; mas cada vez creio mais na necessidade de interessar o País nas soluções que procuramos e levá-lo, pela responsabilidade da parte que lhe caiba, a colaborar nelas com entusiasmo e com fé.

Não há coordenação totalmente possível, acção ministerial actuante neste campo, sem uma compreensão cooperante da parte da produção, compreensão que, aliás, se tem de procurar em todos, dado o vasto trabalho que se impõe ser, por natureza própria, incompatível com aqueles resultados espectacularmente rápidos que auxiliam certas reformas administrativas ou políticas.

Temos de pôr, assim, a par da técnica da coordenação uma política de coordenação e procurar muito mais orientar e incrementar movimentos e acções no bom sentido do que impor soluções que contrariam vontades.

Estou, por mim, plenamente convencido, de resto, que um dos maiores erros que presidiu ao critério de reorganização industrial do País -e que poderá presidir ainda- foi o de se aceitar, de certo modo, que ao Estado cabe «fazer tudo» no que respeita à imposição duma obrigatoriedade de reorganização; par a além, de facto, do erro psicológico que se pode conter nessas imposições, ou coacções por força de lei, o Estado não tem nem possibilidades materiais nem gente de qualidade em quantidade suficiente para tomar sobre si a responsabilidade duma intervenção directa e directiva neste campo.

Reconhecê-lo é dar um grande passo em frente e deixar de perder tempo à procura de soluções que muito mais se quadrariam com princípios de socialismo do Estado do que com aqueles em que a nossa política se apoia e com os quais muito melhor se coadunam a nossa forma de sentir e as nossas próprias tradições.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Muito melhor actuará o Estado, de certo, definindo uma política económica capaz de levar os próprios interessados à reorganização de que o País precisa, não só facilitando-lhes meios de auxílio monetário e técnico para tal, como dando-lhes particulares compensações e assistência, sempre que voluntariamente se integrem dentro dela.

Se todo aquele que apresentar progressos de organização, a traduzirem-se em baixas de custo da produ-