e tantos outros que fomos rebuscar às autoridades na matéria.

Quais suo esses índices ou sinais externos?

Em primeiro lugar: um país em que cada habitante ou grupo familiar ganha sensivelmente menos de metade do mínimo indispensável para uma humana .sustentação ... não viaja.

Pois, segundo o Anuário Estatístico de Portugal, o» números de viajantes em 1935, 1952 e 1954 foram, respectivamente, os seguintes:

(Ver tabela na imagem)

Quer dizer: de 1935 para 1954 quase quintuplou o número de passeantes ou viajantes na camionagem e mais do que duplicou o número dos utentes dos caminhos de ferro.

E não se objecte que a população também aumentou: não há paridade entre uns e outros índices.

Os habitantes dum país condenados a auferirem, por si ou pelos agregados familiares de que façam parte, menos de metade do estritamente indispensável para se manterem dia a dia também não frequentam - consoante já anotámos, mas é oportuno repetir - os espectáculos públicos.

Pois bem: a frequência, que em 1947 já ascendia a 22 446 milhares, sobe em 1952 a 24 129 milhares e atinge 28 335 milhares em 1954.

Estes espectáculos são, em 1952, o cinema, teatros, circo, touradas e pugilismo. E, sempre com base nos números do Anuário Estatístico de Portugal nos respectivos anos, em 1954 incluem os de 1952 e variedades, bailados, espectáculos publicitários e concertos.

A frequência das escolas também evoluciona de modo a contrariar os pessimismo? dos cálculos cuja rectificação procuramos.

Em 1928-1929, 375 587 alunos frequentam 7402 estabelecimentos escolares; em 1953-1954, já são l 119067 alunos a frequentarem 14 473 estabelecimentos.

A diferença para mais é da ordem do quádruplo paru o número dos alunos e do dobro para os estabelecimentos escolares.

Também não será fácil objectar que o aumento da população evolucionou com igual ritmo ...

Mas, se a frequência das escolas não convence, se as deslocações em caminhos de ferro ou na camionagem não impressionam, se os números indicativos do quase astronómico incremento da frequência dos espectáculos públicos é, ou pode ser, contrabatido pelo facto único, aqui referido ontem, de uns cresos do Norte que pagaram u gasolina aos furiosos» do futebol, então optemos por elementos já então irrefragáveis, duma força de prova como que física, contundente, somente inapreciável para os cegos que não queiram ver.

Esses elementos serão os relativos aos índices da mata] idade, da mortalidade e saldo fisiológico.

Com efeito, por mais frágil e caricatural que seja o reparo feito suo» números relativos à frequência idos espectáculos públicos ou digressões na camionagem ou nos caminhos de ferro, ainda consentem o gracejo de que há quem conte na comida ou no passeio o que prefere gastar nas digressões.

Todavia, quanto à natalidade, à mortalidade, ao saldo fisiológico, a alimentação insuficiente actua implacàvelmente: a morte ceifa os mal alimentados, sejam eles homens, mulheres ou crianças débeis.

Pois bem: em 1926 a taxa de natalidade era de 33,48; a 'da mortalidade de 19,76; o saldo fisiológico, consequentemente, de 13,72, e a mortalidade infantil, por 1000 nado» vivos, de 145.7.

Em 1936 estes números alteram-se. respectivamente, para 38,06. 16,24 (cerca de menos 3), 11.82 e 139,7 (cerca de menos 6).

Em 1946, .sempre respectivamente, passam a 25,35, mortalidade. 14,88 (cerca de menos õ que em 1926), 10,47 t 119,4 da mortalidade infantil (já cerca de menos 26 que em 1926); e em 1955. últimos números que consegui obter, na urgência de reunir estes índices, n natalidade é de 23,94, o índice da mortalidade baixa para 111,35, ou seja menos 8 que em 1926, e a mortalidade infantil para 90,2, ou seja menos 54 que em 1926.

As diferenças são sensíveis, impressionantes, esclarecedoras em definitivo da tese que me propus demonstrar.

Mas, em boa verdade, confesso que no que respeita à mortalidade infantil é cedo, muito cedo ainda, para ... embandeirarmos em arco.

O Monthly Biilletin of Statistics, a fl. XV, e com referência a Outubro de 1956, aponta índices comparativos que nos arrastam desoladoramente, neste capítulo, para um lugar de compungidora inferioridade.

Mas seja como for dos índices que rapidamente destacámos há que extrair conclusões que fortalecem o meu asserto.

Contudo, se há dúvida, se depois de tamanho e tão maçador arrazoado ainda existe quem se disponha a prestar culto ao significado dogmático ou fetichista das «calorias» - então aqui vão uns últimos e insuperáveis algarismos.

Não ignoram VV. Ex." que a Caixa Económica Postal e a Caixa Geral de Depósitos são o refúgio, o mealheiro onde, dia a dia, de semana a semana, de mês a mês. a criada de servir, o operário, o pequeno funcionário e até o estudante que se mantém dando explicações vão arrecadar os minguados escudos que sobram das despesas da sua manutenção diária.

Na Caixa Económica Postal p limite do valor do depósito foi fixado em 5.000f: sinal seguro de que RO as pequeníssimas economias a ela podem concorrer.

E, nesta conformidade, a indicação que colhermos do exame da movimentação desses depósitos é decisiva,