As grandes rubricas produtoras de impostos são os salários e os vencimentos. É de interesse assinalar que as gratificações ascendem a perto de 175 000 contos e as percentagens já ultrapassam os 100 000 contos.

Como estas duas últimas rubricas tendem para aumento, parece estar a desenhar-se uma gradual comparticipação dos empregados nos lucros das empresas, quer sob a forma de percentagem, quer de outro modo.

Deveriam fazer-se esforços no sentido de acentuar esta tendência, que é morosa. Conduziria naturalmente a melhor equilíbrio nas relações entre todas as entidades que intervêm na produção e no comércio. Auxiliaria a produtividade.

Lisboa continua a acentuar a sua grande preponderância tanto na soma dos vencimentos como na dos salários. O Porto, embora em menor escala, também comparticipa em medida muito maior que os outros distritos, mas fica bastante aquém da capital.

Assim, a quase totalidade do imposto profissional devido por empregados por conta de outrem é cobrado nestes dois distritos e cidades.

Profissões liberais As profissões liberais, para efeitos de imposto, aumentaram o seu número para 13 562, contra 13 116 em 1954. Deste modo, nota-se no imposto uma diferença para mais da ordem dos 600 contos. O total já se avizinha de 15 000 contos. No entanto, há ainda uma grande diferença entre as profissões liberais e os empregados por conta de outrem.

No quadro seguinte inscreveu-se o número de contribuintes ou colectas, com a verba principal cobrada.

O aumento de contribuintes deu-se sobretudo nos engenheiros, nos médicos e nos professores do ensino secundário.

As pequenas diferenças para menos foram compensadas pelo quase geral aumento, que, contudo, foi pequeno no caso dos médicos - 3921 em 1954 e 3975 em 1955.

As cobranças correspondem ao movimento das colectas.

Além da verba principal, acima indicada, há 2543 contos de adicionais, que foram, em 1955, os que a seguir se discriminam.

Imposto sobre a aplicação de capitais As melhorias, por vezes muito apreciáveis, no imposto sobre dividendos, lucros de sócios não gerentes, obrigações e em outros lucros trouxeram um aumento grande na secção B deste imposto.

Tinha havido baixa importante em 1954, mais do que recuperada em 1955.

Nos últimos anos a evolução das secções A e B e de outras receitas do imposto sobre capitais consta do quadro seguinte, em contos:

Em ambas as secções se deram melhorias; elas, porém, acentuaram-se mais na secção B. As receitas na secção A tiveram por base o seguinte:

Contos

Empréstimos com garantia real....... 923 400

Houve um movimento de conjunto maior do que em 1954, devido sobretudo a aumentos importantes nos empréstimos por letras e um pouco nos manifestos provisórios.

Quanto à secção B, já se mencionou o seu desenvolvimento. Na verdade, as quantias liquidadas nesta secção atingiram 136 021 contos, contra 117 572 contos em 1954, como se nota a seguir:

Sobre dividendos .............. 80 556

Lucros de sócios não gerentes.. 18 212