ordem de 1 368 000 contos, enquanto que o aumento das exportações não foi além de 868 000 contos.

Este fenómeno da constância de volumoso saldo negativo da balança comercial portuguesa, que nos últimos quatro anos andou à roda de 3 milhões de contos, é um sintoma da defeituosa organização do produto interno. No parecer de 1954 o assunto foi tratado com certo pormenor.

Se forem considerados os bens e serviços que pesam na exportação, também a preços correntes, como apurados em Julho de 1956, os números são os seguintes:

de contos

Importações de bens e serviços .... 12 255

Exportações de bens e serviços..... 9 972

Déficit ...... 2 283

o deficit diminuiu mas contínua a ser alto. Os serviços prestados ao exterior, que incluem os rendimentos provenientes do resto do Mundo (considera-se apenas a metrópole), compensaram em parte o saldo negativo da balança comercial. Mas continua à ser deficitária a economia.

Não é possível, neste lugar, estudar a evolução dos rendimentos dos serviços provenientes do mundo exterior. Mas de qualquer modo, embora haja possibilidade de os alargar, sobretudo no caso da emigração, do turismo e até da navegação, o que pesa substancialmente é o grande saldo negativo da balança comercial da metrópole. No quadro seguinte dão-se as importações e exportações para uma longa série de anos.

Poderiam exprimir-se os números a preços constantes, servindo para esse efeito o valor ouro usado pelo Instituto Nacional de Estatística ou o índice dos preços por grosso, como nos pareceres. Mas o quadro mostra as principais variações e a constância do déficit, sobretudo nos últimos anos, em que não foi considerada a variação nos preços.

À parte o ano excepcional de 1948, em que houve um surto perigoso, a importação veio sempre a aumentar, desde 1950, até atingir, tanto em preços correntes como em peso, o seu maior valor em 1955. Importaram-se 3 448 000 t neste ano, com o valor de perto de 11,5 milhões de contos.

Os valores unitários agravaram-se em um pouco menos de 300$ por tonelada. E este agravamento não teve compensação nos valores unitários da exportação.

E interessante notar o desenvolvimento da tonelagem, tanto na importação como na exportação, mais na segunda do que na primeira.

A exportação, em peso, atingiu o máximo valor quando comparada com anos anteriores. Foi além da tonelagem de 1951. Metade das importações é formada por matérias-primas. Embora a percentagem se não afaste muito da de 1954, ela é, contudo, um pouco menor, por motivos que se verificarão adiante. A seguir às matérias-primas pesam nas importações as máquinas, aparelhos e ferramentas, o que é salutar. Esta rubrica tem aumentado bastante. Atingiu os 3 milhões de contos em 1955 e não alcançava 2 milhões de contos em 1950.

É de interesse a coincidência das importações de substâncias alimentícias em 1954 e 1955 - à roda de 1 160 000 contos.

No quadro seguinte indicam-se os valores e as percentagens de cada um dos grandes capítulos das pautas para os últimos três anos.