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Podem comparar-se os números. Os de 1938 mostram alta percentagem na importação de substâncias alimentícias, quando relacionados com os de 1955. As cifras são, respectivamente, 17,7 e 10,2 por cento. Parece, pois, haver progresso na produção alimentar para consumo.

Também tem interesse a maior importação de máquinas e aparelhos, que inclui veículos. Aã percentagens subiram de 16,6 para 27, respectivamente, em 1938 e 1955. Nesta rubrica pesam bastante os automóveis de carga e passageiros, com 750 000 contos em 1955, ou cerca de um quarto do total. Não só o seu peso

agrava as importações, como também concorre para maiores importações de combustíveis. Também as exportações aumentaram, mas menos do que as importações, e daí o maior saldo negativo. Atingiram 8 165 000 contos em 1955, que é o maior valor em preços correntes atingido até agora.

Deram-se aumentos em quase todos os capítulos da pauta, como se verifica a seguir:

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A maior valia nas matérias-primas é de interesse. Influiu nela a cortiça.

Nos fios e tecidos houve, infelizmente, uma queda substancial, que produziu efeitos na actividade da indústria de algodões. A exportação de fios e tecidos, que atingira l 214 000 contos em 1954, caiu para pouco mais do que l 078 000 contos.

O avanço nas substâncias alimentícias foi devido às conservas. Vai a caminho do milhão de contos a exportação desta mercadoria. Parece haver ainda campo para progressos, se se considerarem outros tipos de conserva além do peixe. Finalmente, as manufacturas diversas também sofreram aumento sensível, que veio em grande parte da cortiça manufacturada.

O problema da exportação no ano de 1955 merecia mais alguma atenção, que não pode ser dada agora. Até certo ponto pode dizer-se que neste ano as actividades exportadoras melhoraram os seus negócios e procuraram intensificar as trocas.

A questão não é fácil, mas presume-se serem possíveis maiores avanços, com melhor organização interna. O comércio externo português é em grande parte originado nos mercados europeus. Se fosse possível reduzir o déficit com os países participantes e, de um modo geral, com dois ou três que fazem parte da O. E. C. E., o saldo negativo da balança comercial reduzir-se-ia consideràvelmente.

Em 1955 esta como que anomalia nas relações entre Portugal e seus associados na Organização Europeia levou a um deficit de perto de 3 milhões de contos com os países participantes. Pode talvez dar-se como razão deste fenómeno a importação de bens de produção nos últimos anos para equipamento da economia interna. Contudo, parece haver relutância ou dificuldades na compra de certos produtos nacionais em países grandes fornecedores da metrópole e ultramar. Haveria, pois, vantagem em procurar meios de reduzir o actual desequilíbrio com os países associados.

O desnível da balança comercial com países estrangeiros ressalta dos números que seguem:

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