Haveria interesse em dividir o longo espaço de tempo em três períodos - até à guerra, até ao fim da guerra, ou uns dois anos depois, e até 1955.
O estudo deste longo espaço de tempo revela a política financeira seguida numa época convulsa, agitada por tantas forças divergentes.
Com os números do quadro, os que se interessam por estes problemas podem fazer estudo dos vinte e sete anos de finanças nacionais em matéria de despesas.
As contas
Já se verificou no capítulo das receitas que a subida nas despesas teve compensação na melhoria das receitas, deixando ainda um saldo apreciável utilizado no pagamento das despesas extraordinárias.
Os números relativos a 1954 e 1955 para as receitas e despesas ordinárias são os seguintes:
Nota-se que o aumento das receitas foi superior em 40 201 contos ao das despesas e que o excesso das receitas ordinárias sobre idênticas despesas ultrapassou 1 262 300 contos. Este aumento permitiu, juntamente com receitas provenientes de empréstimos, a elevação das despesas extraordinárias até 1 860 823 contos, como se indicou no quadro da página 592-(48).
Este excesso das receitas ordinárias induz à incompreensão do que o parecer tem tentado aclarar. O exame superficial das cifras pode fazer crer que as receitas ordinárias são, na verdade, em excesso das necessidades do erário. Já o ano passado se acentuou a conveniência de rever o grande capítulo das despesas ordinárias, não só com o objectivo de melhorar as dotações, como também o de transferir para esse capítulo algumas verbas, sobretudo as de pessoal, que actualmente se perdem no capítulo das extraordinárias.