Nota-se ser Lisboa o distrito onde se dá a maior concentração de médicos, logo seguido por Porto e Coimbra.

E natural haver desproporção nas cidades universitárias, por ser nelas que se concentram os principais estabelecimentos hospitalares e de especialização.

Mas os números indicam ser desproporcionada a concentração de médicos.

Em Lisboa exercem clínica cerca de 40 por cento do total dos médicos; e, se forem considerados também os distritos do Porto e Coimbra, a proporção aumenta para 67 por cento. Há muito maior número de médicos do que de enfermeiros.

A construção e apetrechamento de hospitais sub-regionais nas sedes dos concelhos deve ter aliviado os grandes hospitais, porque já hoje são tratados localmente muitos doentes que procuravam os grandes centros e intervenções de menor importância são atendidas com êxito.

A construção dos hospitais regionais ainda aliviará mais os grandes centros e parece ser matéria de grande importância a encarar agora, visto alguns não terem condições para a função que desempenham.

A questão dos hospitais sub-regionais e regionais está também ligada ao estatuto do facultativo municipal, tanto do ponto de vista económico como profissional. É matéria que necessita de ser cuidadosamente revista, por implicar melindrosas reacções na vida da Nação.

Assistência pública Atingiram 373 301 contos as despesas deste departamento do Estado, mais 59 372 contos do que em 1954. E longo o caminho andado desde o início da guerra, e até desde 1950, em que o total da despesa não ultrapassou os 234 000 contos.

Embora seja grande o esforço realizado - e tudo leva a crer que não parará- ainda há-de ser preciso alargar bastante a interferência do Estado.

É sobretudo nos estabelecimentos hospitalares que mais se tem feito sentir a influência das verbas. Em 1955 o aumento nesta rubrica foi de 14 235 contos, em parte devido ao Hospital de Santa Maria.

Parece contudo que ainda há penúrias nos hospitais e que as verbas têm de ser consideravelmente reforçadas.

Um exame das cifras no quadro a seguir dá melhor ideia das verbas e do seu desenvolvimento nos últimos anos.

(Ver quadro na imagem)

(a) Nesta Importância está incluído o montante de 4:400.000$. como subsídio ao Fundo de Socorro Social.

(b) Encargo com Internamento de tuberculosos pobres (18:859.000$) o com alienados pobres (6:295.OOO$).

O Hospital de Santa Maria teve a dotação de 20 000 contos e o Hospital Escolar do Porto aparece já com a de 600 contos. Quase todas as outras verbas têm maiores valias. Na assistência aos tuberculosos houve melhorias na luta contra a tuberculose (mais 15 657 contos), na assistência aos funcionários tuberculosos (mais 1915 contos) e com o internamento de tuberculosos pobres ou indigentes (mais 9443 contos).

Embora estas verbas indiquem o bom desejo de minorar um flagelo sério da vida portuguesa, e que necessita de ser atacado por todos os meios possíveis, elas não são suficientes.

Não depende apenas do Estado a resolução do problema. São precisas as boas vontades da população no sentido de evitar o contágio. A campanha contra o mal deveria intensificar-se, descer até às camadas mais pobres.

É certo que a melhoria das condições económicas é indispensável também para boa solução deste problema, que, apesar dos meios de ataque já conhecidos e de efeito seguro, tende a alastrar.

O assunto tem sido estudado com proficiência e pormenor na Assembleia. Apenas se deixa neste lugar uma nota de simples apontamento sobre a matéria. As verbas da assistência a maternidade e primeira infância também melhoraram bastante nos últimos tempos, assim como as relativas a alienados, que tiveram um aumento de 5300 contos em 1955.

Os aumentos de menor vulto referem-se à assistência na invalidez e à assistência à família.

Estas duas modalidades de assistência estão ligadas. A assistência à família utilizou 20 509 contos. Estende-