reforçar as verbas dos laboratórios das Faculdades. A experimentação é hoje uma das bases fundamentais do ensino. O aluno não terá ideia clara dos fenómenos físicos sem a sua demonstração. Tem de ter sólido treino laboratorial para ele próprio se tornar apto a fazer essa demonstração.

Em todos os pareceres se indicaram, desde há muitos anos, as dotações para material e serviços das Faculdades de ciências e institutos técnicos e se verificou a sua escassez.

E não se alude agora à própria investigação científica, conduzida por professores e assistentes, que é hoje e uma das mais produtivas funções das Universidades modernas.

Quando se pretende lançar os fundamentos de industrialização mais intensiva para obter melhor aproveitamento dos recursos do País, no continente e no ultramar, parece ser indispensável nesta matéria estabelecer meios de investigação, com pessoal convenientemente treinado, de modo a esclarecer a importância dos seus recursos.

Tudo poderá ser feito em colaboração, nalguns casos especiais, com as Universidades e institutos superiores. Será até um meio de interessar os corpos docentes e os futuros cientistas e técnicos nas possibilidades dos territórios nacionais e ultramarinos. As despesas ordinárias do Ministério, discriminadas, constam do quadro seguinte:

Vê-se ter havido um aumento de 36 143 contos em relação a 1954. O acréscimo teve lugar em quase todos os serviços, mas foi bastante acentuado no ensino primário (mais 18 731 coutos) e no ensino técnico (mais 10 050 contos). Em parte o desenvolvimento da despesa nos diversos organismos proveio de terem sido transferidas para eles as verbas contabilizadas anteriormente sob a rubrica de reajustamento de vencimentos, que desapareceram. Além das despesas ordinárias há a considerar as extraordinárias, que em 1955 totalizaram 18 000 contos, números redondos, inteiramente destinadas à Campanha Nacional de Educação de Adultos. Presume-se que esta dotação venha a diminuir e seja transferida para outra rubrica, isto é, tenha outro destino, que deve naturalmente ser a educação prática das populações da província, no sentido de poderem extrair do seu trabalho melhores resultados.

Ainda pelo Ministério das Obras Públicas se gastam avultadas quantias com a construção de novos edifícios escolares e reparação dos existentes. Todos os anos os pareceres procuram dar a súmula das verbas destinadas a este fim, e não é fácil dá-las todas, porque algumas, principalmente as de reparações, são bastante pequenas e se englobam em verbas totais. Contudo, aproxima-se bastante da realidade o que normalmente se consegue apurar e aqui se transcreve.

As grandes verbas - grandes na relatividade do orçamento -, anualmente destinadas a construções, dizem respeito aos hospitais escolares, à Cidade Universitária de Coimbra, aos novos edifícios universitários de Lisboa, às escolas de ensino técnico e às escolas primárias. Quase todas as dotações para estes fins ultrapassaram em 1955 as de 1954.

Além de novas construções há a considerar as reparações, que se alargam por grande número de edifícios.

Pode delinear-se a despesa feita através do Ministério das Obras Públicas do modo que segue:

Contos

Escolas primárias (Plano dos Centenários) ................ 68 374

Reparações nos edifícios de escolas primárias (Plano dos