Parece ter havido melhoria nas dotações das Universidades, que elevaram a sua despesa de 68 014 contos em 1954 para 72 332 contos em 1950. Mas nas academias e alguns institutos e na instrução artística mantiveram-se as verbas do ano anterior. Em outras despesas inclui-se a dotação importante do Instituto de Oncologia, com 12 370 contos, um pouco mais do que em 1954. O aumento de 4318 contos, assinalado este ano nas Universidades, incluindo a Técnica, divide-se por cada uma delas e é mais acentuado na de Lisboa, com 1817 contos.

Não se pode dizer que o desenvolvimento das dotações universitárias seja grande desde 1938, visto ainda não atingir três vezes o daquela data e este coeficiente já ter sido alcançado por muitos outros capítulos orçamentais.

Nos últimos anos a ascensão foi um pouco mais acelerada, visto, por exemplo, em 1949 não atingir 56 000 contos o total.

No quadro seguinte indicam-se os gastos das quatro Universidades e os aumentos referidos a 1038 e a 1954.

(Ver quadro na imagem)

As verbas mais importantes em cada Universidade são as das Faculdades de Medicina: 5165 contos a de Coimbra, 5788 contos a de Lisboa e 4241 contos a do Porto, sem incluir alguns institutos que delas dependem, como o Instituto de Climatologia e Hidrologia de Coimbra e o Instituto Bacteriológico de Lisboa.

Vêm a seguir as Faculdades de Ciências. Mas uni exame mais profundo das verbas que lhes são atribuídas mostra fracas dotações em alguns organismos anexos.

Em geral são pequenas as dotações de material e de encargos diversos, o que revela naturalmente trabalho experimental reduzido e investigação ainda mais reduzida. Estes problemas têm sido postos em relevo nos pareceres. Considera-se que num país com aspirações a franco desenvolvimento económico o ensino experimental precisa de ser intensificado, sobretudo nas ciências puras e aplicadas.

Ora as verbas são deficientes, embora pareça haver o propósito de as melhorar.

Assim, em 1955, os consumos das Faculdades de Ciências de Lisboa e Coimbra andaram à roda de, respectivamente, 6065 e 5214 contos. Mas grande parte das verbas foi absorvida por pessoal. O que corresponde a material e outros encargos subiu a pouco mais de 1700 contos em Lisboa e 1670 em Coimbra. No quadro seguinte indica-se a repartição das verbas das duas Faculdades acima mencionadas.

(Ver quadro na imagem)

(a) Inclue todas as dependências das faculdades.

Ainda se poderia descer um pouco mais ao pormenor e subdividir as dotações de material. Ver-se-ia então que o destinado ao trabalho experimental, reagentes, produtos acabados e semiacabados e outros utensílios é bastante escasso.

Parece, pois, necessário estudar de novo este aspecto do ensino superior. As considerações agora feitas também se destinam, ainda com mais propriedade, aos institutos dependentes da Universidade Técnica que aplicam a ciência, como se verá mais adiante.

(Ver tabela na imagem)