Vila Nova de Foz Côa, Armamar, Lamego, S. João da Pesqueira e Tabuaço.

A população das duas províncias anda à roda de 1 452 000 habitantes. Na do Minho a densidade atinge perto de 169 habitantes por quilómetro quadrado, na e Trás-os-Montes e Alto Douro é da ordem dos 54. As duas províncias têm algumas características demográficas semelhantes. O índice da natalidade em Braga e Bragança é dos mais elevados do País, mas o da mortalidade, por sua vez, atinge cifras dos maiores.

Considerando apenas os quatro distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança e Vila Real, a natalidade e a mortalidade nos últimos anos foram as que seguem:

(Ver quadro na imagem)

No que diz respeito à natalidade, os distritos de Braga, Bragança e Vila Real, todos com taxas superiores a 29, juntamente com o distrito do Porto, ocupam os quatro primeiros lugares.

Embora a mortalidade seja também das mais altas, e sempre superior à média, os saldos fisiológicos são substanciais. As condições económicas não permitem o sustento dos excessos de população, exactamente por insuficiências que não tem sido possível remediar. Daí a emigração. Dos distritos inquiridos só um - o de Braga - se pode considerar parcialmente industrializado, e apenas em certos concelhos, como o de Guimarães e outros. As restantes áreas vivem em geral da agricultura.

Um exame ainda que superficial revela possibilidades industriais dignas de nota, principalmente no distrito de Bragança, onde se encontram situadas as maiores minas de ferro do País, com reservas da ordem dos 500 milhões de toneladas, e disponibilidades energéticas mo DOUTO nacional e internacional que formam o

núcleo mais importante da potência eléctrica, mesmo não levando em conta, como já foi sugerido no parecer das contas, o desvio dos excessos de caudais de Inverno do Douro internacional paru o planalto de Trás-os-Montes.

Estas circunstâncias fariam prever melhores condições no nível de vida, que é baixo. A alto densidade demográfica no distrito de Braga e os níveis de rendimentos nos distritos de Trás-os-Montes necessitam de ser vistos à luz de uma possível planificação regional que leve em consideração os recursos existentes, tanto agrícolas como industriais. Essa planificação também deve ter em conta o baixo nível de vida em alguns concelhos, as deficiências alimentares e nutritivas, a topografia montanhosa e susceptível de arborização mais intensiva, os elevados saldos fisiológicos e, consequentemente, a corrente emigratória para o estrangeiro, sobretudo para o Brasil. Há que considerar ainda a modernização das indústrias têxteis e outras na zona do Minho, as possibi lidades de novas indústrias, relacionadas com a existência de minérios e energia, o emparcelamento da propriedade rústica em quase todos os distritos, de modo a evitar a sua dispersão, que, como se verá adiante, atinge consequências económicas sérias.

Parece haver urgência em aplicar medidas enérgicas no sentido de atenuar as condições de vida actuais e delinear um plano de recuperação que permita o uso de recursos existentes dentro da área de baixos rendimentos constituída por grande parte das duas províncias. O censo de 1950 mostra os resultados seguintes para as populações das províncias mencionadas.

(Ver quadro na imagem) £ interessante esclarecer o emprego 'desta população e no quadro seguinte indica-se a que se encontra em actividade e, dela, a que se emprega na agricultura e pecuária.

(Ver quadro na imagem)

Cerca de metade da população total é formada por homens, ou 697 235.

A população activa soma 529 020 pessoas, das quais os homens atingem perto de 40U 000.

Empregam-se na agricultura e pecuária cerca de 321 500 pessoas, homens e mulheres.

Quer dizer: a maior parte da população activa - 321 500 num total de 529 000 - emprega-se na agricultura, apesar da industrialização em certas zonas

do distrito de Braga. Assim, mais de 60 por cento da população activa das duos províncias aplica a sua actividade na agricultura.

Os números podiam decompor-se para os distritos que formam as duas províncias e ver-se-ia, se tal se fizesse, que na de Trás-os-Montes a percentagem da população activa na agricultura é muito superior aos 60 por cento acima mencionados, como se nota no quadro a seguir, que dá também a população total.