nacionais, quase todas ainda nitidamente definidas - «um mar imenso de raças, línguas e costumes diferentes», como apropriadamente lhe chamou o Sr. Cardeal Matriarca de Lisboa.

Após a Independência e principalmente a partir do último quartel do século passado, foram chegando, livremente e em número considerável, emigrantes católicos de todos os continentes, especialmente irlandeses, franceses e

franco-canadianos, portugueses, italianos, polacos, lituanos, alemães e outras gentes de ritos latino e oriental, pertencentes a vários países e grupos étnicos.

Nos nossos dias, e pelo menos na Nova Inglaterra, a colónia irlandesa é a mais numerosa, seguindo-se a italiana e a franco-canadiana, e, se os 500 000

luso-americanos não aparecem como um dos maiores agregados populacionais, tão-pouco pertencem a uma comunidade das mais pequenas.

Não obstante, com frequência e até entre católicos estrangeiros categorizados, consciente ou inconscientemente, se olvida a importante campo do apostolado quo é a emigração europeia, em crescimento indomável, encaminhando-se para todo o resto do Mundo, mormente para a América do Norte.

A Ersul Família mostra do modo brilhantíssimo quão grandes e notáveis obras se devem aos papas Leão XIII beato Pio X. Bento XV, Pio XI e Pio XII, iniciativas tanto de feição puramente religiosa como de índole instrutiva e beneficente, criadas para protecção moral e material dos emigrantes e de seus descendentes originários do Velho Continente - mais particularmente os Italianos, Suíços, Alemães, Franceses e Polacos. Foi na Itália e em terras estrangeiras para onde embarcaram seus filhos que a assistência espiritual e económica floresceu mais pujantemente e produziu melhores frutos, quer preparando clero diocesano e regular para acompanhar e conviver com os emigrados nos Estados Unidos, quer dispensando auxilio de toda a ordem aos Italianos e sons dependentes, sob a protecção de madre Francisca Xavier Cabrini, justamente cognominada «mãe dos emigrados italianos» na América do Norte.

Reconheceu-se, contudo, que os institutos religiosos europeus não preparavam número suficiente do sacerdotes e religiosos para ocorrer às exigências dos emigrados nos Estados Unidos; por seu lado os padres norte-americanos continuavam a contrariar a presença do clero católico de outras nacionalidades e não nascido nos Estados Unidos.

Sob o pontificado do beato Pio X - o grande organizador das obras católicas de assistência aos emigrantes de todo o Mundo - uma inspiração felicíssima levou à criação, em 1904, de um seminário, no estado de Nova Iorque, para os filhos de italianos aspirantes ao sacerdócio: um tão providencial empreendimento

lançavam-se as bases da poderosa influência que os Italianos viriam a desfrutar na América do Norte.

O maior, e aparentemente invencível, obstáculo à existência de sacerdotes católicos estrangeiros não poderia subsistir para os Italianos; tão bela tarefa serviria de modelo, no tempo de Bento XV, aos Mexicanos, incitando-os a fundar um seminário em Baltimore, destinado aos seus descendentes candidatos à vida sacerdotal.

E, com o generoso auxilio do Governo Italiano o dos filhos de Itália na América do Norte, não tardou de se edificassem numerosas igrejas, paróquias e conventos e se erigissem colégios e escolas de instrução primária e secundária junta ou dependentes das canas religiosas; à frente destes estabelecimentos de ensino estão padres e religiosos italianos de origem e outros de sangue italiano nascidos e criados nos Estados Unidos.

Mas foi-se mais longe: muitos sacerdotes, religiosos o estudantes dos seminários, italo-americanos naturais dos Estados Unidos, têm ido completar a sua bagagem religiosa e intelectual em Roma ou em outras Universidades da Itália; deste modo, com a formação adequada ao sou ministério sacerdotal, os filhos dos Italianos podem ampliar e consolidar o amor à pátria dos seus maiores - pelo estudo da língua e da gloriosa história romana, pela contemplação das belezas naturais e monumentais da Itália, pelo contacto com o povo e intelectuais e com as manifestações do seu progresso actual.

Por isso, agora, na América do Norte, a grande maioria dos católicos italianos tem assistência espiritual, dada por padres o bispos do seu sangue; nas escolas dirigidas pelo clero diocesano e regular italiano todos os seus jovens patrícios aprendem a falar correntemente a língua-mãe, instruem-se o educam-se convenientemente, impregnando-se, enfim, da cultura e das tradições italianas.

Antigos alunos destas casas de formação continuam a ser qualificadas individualidades da política norte-americana: ilustres governadores - como La Guardiã, tão operoso e estimado que o seu nome apelida um dos maiores aeródromos de Nova Iorque -, deputados, senadores, professores universitários, cientistas, homens de letras e artistas, economistas, financeiros, industriais, comerciantes e agricultores.

A alta e merecida consideração de que goza a colónia italiana na América do Norte provém em grande parte da influência espiritual o intelectual destas obras dos sacerdotes e religiosos italianos emigrados ou nascidos lá; da projecção de tamanho prestigio têm advindo as mais benéficas consequências para a Itália, entre as quais se evidenciam o aumento da quota de emigração e mais favoráveis tratados comerciais.

Os Franco-Canadianos avançam na Nova Inglaterra em mancha de azeite, acompanhados dos seus sacerdotes,