(Ver tabela na imagem)
Observamos que, apesar de terem aumentado as exportações, se verifica no ano de 1956 um pequeno déficit, que resulta principalmente do aumento de substâncias alimentícias. Deve-se em especial ao trigo, que neste ano não foi enviado do continente, pelo que, sendo importado do estrangeiro, deu uma considerável diferença. Ë de notar que nestes mesmos anos a importação de óleo combustível para a produção de energia eléctrica diminuiu consideràvelmente, em virtude dos aproveitamentos hidroeléctricos realizados.
Assim: em 1951 para um consumo de 5 600 000 kWh gastaram-se 2 300 000 l de óleo, que custaram 3178 contos; em 1953, com a entrada em serviço das centrais Salazar e Eng. José Frederico Ulrich, a distribuição de energia eléctrica aumentou para 6 190 000 k Wh e a economia de combustível, correspondente à energia de proveniência hidráulica, foi de 2167 contos; em 1954 o consumo foi de 7 667 000 kWh e a economia correspondente elevou-se a 4152 contos; em 1955 9 064 000 kWh e 4902 contos, e em 1956 10 682 000 kWh e 5749 contos.
O aumento da exportação de tecidos revela uma melhor posição da indústria de bordados. E de notar a influência favorável da actuação do respectivo grémio na defesa da qualidade e na disciplina deste comércio.
Se formos verificar a variação da importação e da exportação em relação a territórios de origem ou de destino, observa-se que a diminuição das importações e o aumento das exportações se revelam em relação aos países não participantes.
Os saldos, por territórios estatísticos, de 1953 a 1956 são os do seguinte quadro:
(Em milhares de escudos)
(Ver tabela na imagem)
A diferença para menos observada em 1956 no saldo das trocas com os países não participantes resulta da maior importação de trigo dos Estados Unidos.
Podemos observar o movimento de entradas e saldas, por cabotagem, do continente e Açores (em conjunto) no quadro seguinte:
(Ver tabela na imagem)
O saldo é sempre negativo e a diminuição que sofreu em 1956 resulta de terem sido reduzidas as remessas de trigo.
O maior valor das saídas refere-se às remessas de banana e, em menor escala, vimes, vinho e outros artigos, e nas entradas figuram os tecidos, vários produtos alimentares (tais como arroz, azeite e trigo) e também alguns materiais de construção (como cimento e ferro).
Nota-se uma grande diferença no movimento de cabotagem, e os 151 287 contos a menos são compensados pela entrada de invisíveis, em especial a remessa de dinheiro dos emigrantes e o turismo.
São de aplicar inteiramente à Madeira as considerações que o relator do parecer das contas faz sobre o turismo, e, para não me alongar, apenas direi que, quanto à Madeira, é fundamental para o seu desenvolvimento assegurar em condições regulares as comunicações marítimas e aéreas.
Um factor importante a atender é a remessa de dinheiro pelos emigrantes. A emigração continua a ser par» a ilha da Madeira uma necessidade, devido ao excesso demográfico. Chegou a ser exagerada nos anos de 1952 a 1954, excedendo nestes anos o saldo fisiológico; porém, em 1955 já foi mais limitada, como podemos observar no seguinte quadro:
(Ver quadro na imagem)