Esta previsão é agora confirmada pela estimativa do Instituto Nacional de Estatística, conforme se pode observar no quadro seguinte:
A expansão de 2 178 000 contos na estimativa do produto nacional bruto a preços de mercado, em 1956, leria principalmente determinada pelo acréscimo de 107 por cento no consumo privado, porquanto as exportações e importações de bens e serviços teriam evoluído desfavoravelmente, originando uma diminuição de 728 000 contos, o que, em relação ao aumento total verificado, representa cerca de 33 por cento.
Interessa, desde já, notar a contribuição passiva que as relações económicas externas teriam oferecido à expansão do produto nacional metropolitano. Não se tornando tarefa fácil, nem por vezes aconselhável, a compressão das importações - pelo carácter essencial que na quase totalidade do seu valor apresentam em relação à economia nacional -, e revelando a exportação, em 1956, uma ligeira quebra, o surto de desenvolvimento que se verifica em alguns sectores canalizar-se-á para o exterior em percentagem considerável.
Variações percentuais das principais componentes do produto nacional bruto (a)
(a) A preços constantes de 1954.
Deste modo, verifica-se que a taxa de crescimento do consumo privado e da importação de bens e serviços referentes a 1956 - incluindo os rendimentos pagos ao estrangeiro - se situa a nível superior ao da média dos acréscimos no período de 1952-1955, enquanto a amplitude da expansão da formação bruta do capital fixo das empresas se apresenta bastante inferior.
A maior discrepância localiza-se, no entanto, no sector da exportação. Com efeito, a uma taxa média de crescimento de 10,3 por cento no período analisado corresponde uma contracção de 0,9 por cento em 1956. Tal facto não pode deixar de merecer a melhor atenção, pois da evolução que a exportação apresentar nos próximos anos dependerá, em grande parte, a possibilidade de acelerarmos o processo de desenvolvimento económico do País.
Embora com as naturais reservas que tal previsão impõe, admite-se que a razão de crescimento do produto nacional bruto (4,8 por cento) continue a ser determinada, principalmente,, pelo aumento das despesas dos consumidores em bens e serviços e pelo acréscimo do investimento das empresas.
Na parte respeitante às relações com o resto do mundo manter-se-ia o panorama esboçado para 1956: expansão das importações (embora a ritmo ligeiramente menos acelerado) e quase estagnação das exportações.
Consumo e preços