No relatarão da Conta Geral do Estado de 1956 foram analisados os principais aspectos conjunturais da produção nos sectores agrícola e industrial. No quadro seguinte apresentam-se os valores globais da formação do produto interno bruto por ramos de actividade económica, os quais, confirmando a análise que então se fez, permitem pôr em evidência a evolução mais ou menos favorável de cada sector e a sua contribuição para o acréscimo do produto.

Origem do produto interno bruto por sectores de actividades Devido à inexistência de qualquer estimativa sobre a formação do produto interno em 1957, torna-se conveniente a observação de alguns indicadores parciais que permitam a formulação das perspectivas da economia metropolitana no corrente ano e possibilitem, em primeira aproximação, um enquadramento do evoluir das actividades económicas nacionais no período a que se refere a proposta de lei que agora se submete à apreciação da Assembleia Nacional.

Deste modo, proceder-se-á à análise da situação das principais actividades produtivas nos sectores agrícola e industrial e nos serviços. As perspectivas de produção do sector agrícola em 1957 são bastante animadoras, esperando-se um aumento quase geral nas colheitas em relação ao ano anterior.

Estimativa de algumas produções agrícolas em 1957

Nas previsões feitas avulta a produção de cereais, particularmente do trigo, cujo valor excede em 46 por cento a média dos últimos dez anos. A confirmar-se esta estimativa, a economia portuguesa não poderá deixar de sentir efeitos altamente benéficos, dada a considerável importância que o trigo desempenha no nosso regime alimentar e pelo facto de constituir um dos principais factores determinantes do valor do produto bruto agrícola, além de proporcionar uma economia considerável de divisas.

As perspectivas da produção do arroz e do azeite são igualmente favoráveis, embora se tivesse sentido a falta de água nalgumas regiões orizícolas, com provável prejuízo nos resultados da cultura.

As condições climáticas no decorrer do ano foram, todavia, pouco propícias às culturas em regime de sequeiro; embora se espere um acréscimo na produção da batata, prevê-se uma apreciável redução nas colheitas de milho e de feijão.

De igual modo se prevê uma menor produção de vinho , mercê da baixa pluviosidade e do calor, que têm prejudicado principalmente as vinhas situadas nas terras mais secas. No entanto, aguardam-se vinhos de qualidade superior aos da última colheita.