Os efeitos das elevadas temperaturas e da secura do solo reflectem-se também nos pomares, podendo admitir-se uma diminuição de quantidade e uma depreciação de qualidade de algumas espécies frutíferas.

Pecuária No sector da pecuária verificou-se um aumento de 8 por cento na produção de carnes de Janeiro a Julho de 1957 em relação a igual período de 1956. No entanto, este acréscimo ainda não foi suficiente para satisfazer as necessidades da população, continuando a ser necessário o recurso a carnes importadas.

As estatísticas do comércio externo já disponíveis em Agosto elucidam-nos sobre este aspecto ao acusarem um substancial aumento na importação de carnes nos primeiros oito meses do ano corrente, em comparação com o período homólogo do ano transacto.

O problema do abastecimento de carnes ao País, cuja importância tem suscitado a atenção das entidades competentes, exige uma solução que anule -ou, pelo menos, atenue- o constante recurso aos mercados estrangeiros. Para este fim poderão contribuir em larga escala, quer a realização de uma campanha de fomento agro-pecuário na metrópole, actualmente em estudo, quer a instalação já autorizada de uma empresa de exploração de carnes congeladas, localizada em Angola, com a capacidade anual de 30 000 cabeças de gado bovino, quer ainda o desenvolvimento da produção das ilhas adjacentes.

Silvicultura Embora não se disponha de estimativas seguras sobre a presente campanha de extracção de cortiça e de resina de pinheiro, espera-se um decréscimo de produção na nossa economia florestal, motivada por menores quantidades de cortiça extraída. A actividade piscatória apresenta nos primeiros cinco meses do ano uma evolução muito favorável em relação ao mesmo período do ano passado: a tonelagem da pesca desembarcada na metrópole foi superior em 46 por cento ao valor correspondente em 1956. Esta comparação não é, porém, muito significativa, pelo facto de os primeiros sete meses do ano passado terem constituído um período de pesca bastante fraca, como já foi acentuado no relatório da Conta Geral do Estado de 1956. De facto, poderia formar-se uma ideia excessivamente optimista ao verificar que, por exemplo, a pesca de sardinha em Janeiro-Maio deste ano quadruplicou a quantidade desembarcada em igual período de 1956. Mas, tomando como termo de comparação o ano de 1955, observa-se que a tonelagem é praticamente a mesma, quer para o conjunto de todas as espécies, quer para a sardinha.

No que diz respeito à pesca de bacalhau, prevê-se um ligeiro recesso, motivado, essencialmente, pelos fracos resultados da primeira viagem da frota de arrasto. A produção das indústrias extractivas deverá ser maior em 1957 que no ano anterior, se excluirmos a cassiterite e os minérios mistos de cassiterite e volframite, assim como a produção de estanho metal e de ferro tungsténio. Estas reduções serão, porventura, relativamente pequenas em confronto com os acréscimos verificados na extracção de outros minérios, pelo que talvez seja de admitir uma previsão um pouco optimista.

(Janeiro-Junbo)

Contudo, no que respeita à colocação nos mercados externos, as perspectivas não se apresentam tão animadoras. Com efeito, verificou-se no período de Janeiro-Agosto uma quebra substancial na tonelagem exportada de pirites e minérios de volfrâmio, que constituem os principais produtos de exportação deste sector.

Em relação aos minérios de volfrâmio ainda a situação se apresenta mais desfavorável, em virtude de esta quebra de quantidades ter sido acompanhada de uma baixa de cotações. Dum modo geral, pode afirmar-se que o desenvolvimento já observado no decorrer de 1956 na indústria transformadora se manteve durante o 1.º semestre do presente ano. Entre as principais indústrias somente há a registar ligeiras contracções nos têxteis, curtumes, produtos minerais não metálicos e tabaco ; nas restantes os progressos mais apreciáveis localizam-se nas indústrias de pneus e câmaras-de-ar, do papel, metalúrgicas de base, material eléctrico e alimentação. No quadro XV apresentam-se as variações do volume e do valor da produção de algumas indústrias alimentares durante o 1.º semestre de 1957 relativamente a igual período de 1956.