Industrias alimentares

(l.º semestre)

(a) Estimativa.

O acréscimo da produção na indústria de lacticínios acentuou-se principalmente no fabrico de manteiga e de queijo. Atendendo, porém, à experiência colhida em anos anteriores, é provável que a oferta desta indústria não possa corresponder, no último trimestre de 1957, às necessidades de consumo.

Para atenuar este desequilíbrio seguiu-se, à semelhança dos anos anteriores, uma política de financiamento à indústria e de armazenamento gratuito dos produtos. Prevê-se, assim, manter o nível das exportações sem ter de incrementar as importações para abastecimento do mercado interno. Em relação à manteiga, conta-se, inclusivamente, com a suficiência da produção do País ou, pelo menos, com uma substancial redução nas compras ao estrangeiro.

Dentro do grupo das indústrias de alimentação, a de conservas de peixe foi a que acusou maior amplitude de expansão. Este aumento, porém, não se apresenta muito significativo, visto a fabricação nos primeiros sete meses de 1956 ter sido particularmente reduzida - o que não veio impedir, aliás, que a produção total do ano fosse a mais elevada de sempre.

Esperando-se um considerável aumento na procura externa, devido à baixa de preço verificada a partir de Junho último em todas as espécies pescadas e à superior qualidade que a sardinha apresenta este ano - mais de harmonia com as preferências dos consumidores estrangeiros -, as perspectivas para 1957 podem considerar-se bastante animadoras.

No quadro XVI apresentam-se dados sobre a exportação das principais espécies de conservas de peixe no período de Janeiro-Agosto de 1956 e 1957.

Exportação de conservas em azeite ou molhos (a)

A indústria de moagem de farinhas espoadas apresenta uma importância considerável no quadro da nossa actividade transformadora, sendo aquela cujo valor de produção é o mais elevado no grupo das indústrias de alimentação.

Durante o 1.º semestre de 1957, e em comparação com igual período do ano anterior, a exploração desta indústria acusa um ligeiro decrescimento. Para tal tendência não terão deixado de contribuir, pelo menos em parte, os problemas estruturais com que a indústria se debate.

A produção de massas alimentícias até fins de Junho último foi inferior à do 1.º semestre de 1956. Esta situação, que contraria a tendência revelada nos últimos anos, parece poder explicar-se pelas boas condições em que decorreu o ano agrícola. De facto, tem-se verificado a existência de relações de sucedaneidade entre as massas alimentares e alguns produtos de agricultura, tais como a batata, o arroz, o feijão, etc.

Pena é que esta indústria não disponha de matérias-pri mas indispensáveis para a boa qualidade do seu fabrico -o que lhe impossibilita a concorrência com a produção externa, quer no estrangeiro, quer no ultramar-, tanto mais que a sua produção efectiva se situa muito aquém da capacidade máxima de laboração. A indústria de fios e tecidos de algodão situa-se, normalmente, numa posição de relativa independência quanto ao fornecimento de matéria-prima estrangeira. Todavia, no 1.º semestre deste ano a situação modificou-se, conforme se pode concluir pela análise do quadro seguinte:

Importação de algodão em caroço, em rama ou cardado (a)