Durante o 1.º semestre observou-se um aumento no volume de produção, a que correspondeu, contudo, uma quebra no valor (cf. o quadro XVIII). Este facto deve explicar-se através duma maior substituição de fios e tecidos de algodão por fios e tecidos mistos de algodão e fibras artificiais, evidenciando a tendência dos industrias a modificar a apresentação e preço dos seus produtos, com o fim de incentivar a procura.

Indústria têxtil

(1.º semestre) A indústria da cortiça, trabalhando quase exclusivamente para os mercados externos, encontra-se fortemente dependente da conjuntura internacional. Tal situação implica sérias consequências para este sector de actividade, que nos últimos anos tem atravessado períodos alternados de prosperidade e depressão.

Quando, há alguns anos, o mercado argentino veio juntar-se ao quadro normal dos nossos principais compradores, a pressão exercida sobre a produção provocou uma alta muito acentuada nos preços, tendo a economia nacional -nomeadamente o sector agrícola- beneficiado largamente deste movimento.

Como consequência não só do recurso a sucedâneos, como também de novo desvio da procura argentina para outras fontes de abastecimento, a manutenção de um ritmo de produção ainda considerável - embora inferior aos níveis já atingidos- só tem sido conseguida à custa de uma quebra acentuada no valor da matéria-prima em relação às cotações anteriormente alcançadas.

O quadro junto, apresentando a produção durante o 1.º semestre deste ano, em comparação com igual período de 1956, evidencia bem a situação em que se encontra, de um modo geral, este sector de actividade: discrepância acentuada entre as taxas de variação do volume e do valor de produção.

(l.º semestre) Na indústria de pasta de papel, papel e cartão verificou-se no 1.º semestre deste ano um acréscimo no valor produzido, embora só tivesse aumentado a quantidade do primeiro destes produtos.

(1.º semestre)

Embora se continuem a importar alguns tipos de pasta para papel ainda não produzidos no País, as compras ao estrangeiro diminuíram no período Janeiro--Agosto de 1957, em comparação com o período idêntico do ano passado. Notam-se igualmente progressos no sector da exportação, tendo-se conseguido ultrapassar até Agosto o alto nível já atingido nos primeiros oito meses de 1956. A indústria de curtumes acusa uma diminuição de 6 por cento no valor produzido no 1.º semestre de 1957, relativamente à primeira metade de 1956. A actividade desta indústria, já deficiente no último ano, parece não apresentar possibilidades imediatas de melhoria, podendo recear-se até um agravamento da sua situação. A indústria de pneus e câmaras-de-ar experimentou um considerável progresso nos primeiros seis meses deste ano. Os incrementos nas quantidades e valores (os maiores de toda a indústria transformadora) andam à roda de, respectivamente, 64 e 44 por cento, o que evidencia a fase de expansão em que se encontra este ramo de actividade. No 1.º semestre deste ano verificaram-se progressos na quase totalidade das indústrias químicas, apenas surgindo contracções na produção de ácido sulfúrico e na de óleos refinados de sementes oleaginosas comestíveis.

Indústrias químicas

(1.º semestre)