A produção de ácido sulfúrico, a mais importante das indústrias de ácidos, tem revelado sucessivos progressos nos últimos anos, em consequência do maior consumo de superfosfatos e sulfato de amónio, a cujo fabrico se destina na sua maior parte. No 1.º semestre deste ano verificou-se, no entanto, uma ligeira redução nas quantidades produzidas, devendo ter contribuído para este facto uma correspondente descida na produção de sulfato de amónio, devido à insuficiência da energia hidroeléctrica. Prevê-se, no entanto, que a partir do momento em que as unidades produtoras de sulfato de amónio modificarem os seus processos técnicos o consumo de ácido sulfúrico triplicará. Neste sentido, já em 1955 se iniciou a instalação de uma nova unidade produtiva, aguardando-se ainda a montagem de uma outra.

A produção de resinosos evoluiu favoravelmente nos primeiros seis meses deste ano, em relação a igual período de 1956. Contudo, a exportação cresceu a ritmo muito menos acelerado, em vi rtude de continuar a verificar-se uma forte concorrência externa. O País está em condições de produzir a custo mais reduzido que os principais produtores de gema de pinheiro; no entanto, para conseguirmos colocar as nossas disponibilidades no mercado externo é forçoso bater a concorrência, não apenas quanto aos produtos da árvore viva, mas, principalmente, quanto aos resinosos obtidos por outros processos.

O preço da resina no pinhal é muito menor este ano que nas duas últimas campanhas. A manter-se esta baixa, é possível que se dê uma expansão neste sector nos anos mais próximos, mesmo tendo em atenção a concorrência dos produtos não provenientes da árvore viva.

A expansão na indústria dos adubos foi devida, essencialmente, a uma maior produção de superfosfatos de cálcio, porquanto se produziram menores quantidades de sulfato de amónio e de cianamida cálcica. No período de Janeiro a Agosto deste ano registou-se, por este motivo, um apreciável incremento na importação de sulfato de amónio. O fabrico deste último produto, em virtude da insuficiência de hidroelectricidade, continua a não acompanhar os acréscimos que se vêm verificando no consumo.

O comportamento da indústria de sabões durante o 1.º semestre de 1957 pode considerar-se favorável, porquanto se pensa que este sector de actividade tenha conseguido, pelo menos em parte, fazer face à concorrência dos detergentes de síntese.

Para tal tem contribuído, duma forma decisiva, a introdução no mercado de novos sabões adequados à concorrência dos seus sucedâneos mais próximos, acompanhando deste modo a evolução das exigências dos consumidores, quer produzindo tipos de melhor qualidade, quer simplesmente apresentando os produtos em embalagens sugestivas e tentando incrementar as vendas pelo recurso à publicidade.

mercados externos. As indústrias metalúrgicas de base, nomeadamente de ferro e aço e de metais não ferrosos, apresentam nos primeiros seis meses do corrente ano, e em comparação com período homólogo de 1956, elevadas taxas de aumento de volume e de valor de produção, como se pode verificar no quadro seguinte:

Indústrias metalúrgicas de base

(1.º semestre)

No entanto, para além da prosperidade aparente que este ramo de actividade apresenta, a indústria metalúrgica de base continua a debater-se, dum modo geral, com as dificuldades derivadas, principalmente, da excessiva pulverização e, portanto, de condições de exploração manifestamente deficientes.

No que respeita à indústria de metais não ferrosos - principalmente cobre, alumínio, chumbo, zinco e estanho -, há ainda a ter em linha de conta o baixo nível de consumo do mercado interno e o condicionamento que as prospecções mineiras impõem à produção. A indústria de material eléctrico, que até há relativamente poucos anos era praticamente inexistente entre nós, tem revelado, principalmente a seguir à segunda grande guerra, um incremento razoável.

Embora o fornecimento de matéria-prima se faça quase exclusivamente do estrangeiro, o valor acrescentado pela indústria é já hoje considerável.

Em relação ao comportamento observado nas indústrias de cabos e condutores e lâmpadas durante o 1.º semestre de 1957 (em comparação com idêntico período do ano anterior) a evolução não pode deixar de se considerar favorável, embora a amplitude de crescimento do valor da produção de cabos e condutores seja bastante menor que a taxa de aumento em quantidade.

As perspectivas que se apresentam para este ramo de actividade podem considerar-se animadoras: atendendo à vasta obra de comunicações e electrificação ainda a realizar no País, e admitindo que a intensificação da política de produção de energia hídrica venha a prop orcionar a oferta de electricidade a baixo preço -com a consequente expansão do consumo-, prevê-se que este já importante sector industrial encontre, nos próximos anos, possibilidades de desenvolvimento.