Atendendo, no entanto, que os últimos meses de cada ano se caracterizam, normalmente, por uma melhoria nas relações externas, é natural que o desequilíbrio agora verificado seja de carácter temporário, não surpreendendo que se encontre compensado antes do fim de 1957.
Em relação a idêntico período do ano anterior, o saldo registado este ano apresenta um agravamento de 493 000 contos, localizando-se, na sua quase totalidade, na zona dólar - cerca de 80 por cento -, porquanto na União Europeia de Pagamentos, e para o conjunto dos países fora destas duas áreas, os agravamentos não têm grande significado.
Balança de pagamentos da zona escudo
(Em milhares de contos)
(a) Segundo a estatística alfandegária.
Na verdade, o agravamento de 438 000 contos observado no 1.º semestre deste ano em comparação com o saldo verificado em 1956 deve-se, exclusivamente, a um maior desequilíbrio da balança comercial da metrópole, visto que as liquidações comerciais ultramarinas revelam uma ligeira melhoria e o saldo positivo da balança de invisíveis, para o conjunto, passa de l 299 000 contos para 2 350 000 contos.
O comércio da metrópole com o estrangeiro continua assim a evolução já assinalada em anos anteriores, tornando-se urgente conjugar todos os esforços para tentar contrariar esta tendência.
Balança comercial da metrópole
(a) Incluindo as mercadorias do destino ignorado.
Para este agravamento concorreram, quer o saldo relativo ao ultramar, quer o respeitante ao estrangeiro; foi o último, porém, que contribuiu decisivamente para o considerável desequilíbrio no saldo global.
A determinante principal deste agravamento foi o maior valor das importações provenientes do estrangeiro - responsável por cerca de 94 por cento da quebra no saldo geral-, porquanto o volume das exportações manteve-se, praticamente.