(...) por si só, cerca de 82 por cento do valor total dessas compras.

Neste grupo de mercadorias registaram-se variações de diversa índole: assim, enquanto no algodão se verificou um aumento de 10 600 contos, exclusivamente atribuível a um acréscimo (12,4 por cento) do valor unitário (já que as quantidades sofreram uma diminuição de 6,7 por cento), com o açúcar ocorreu uma diminuição de 14 200 contos, devida simultaneamente a preços (- 4 por cento) e quantidades (- 6 por cento). Por sua vez, nas sementes oleaginosas houve uma diminuição de 5200 contos, originada somente por uma quebra apreciável (21,7 por cento) nas quantidades, compensada por um aumento (24,3 por cento) no valor médio. Finalmente, o café teve um ligeiro aumento nas quantidades e uma quase estabilidade nos preços.

Em relação ao escoamento de produtos metropolitanos para o ultramar, há a registar ligeiros aumentos na venda de pneus e câmaras-de-ar (14 750 contos) e de máquinas, utensílios e aparelhos não especificados (mais 36 por cento e mais 30 por cento, respectivamente) ; aumentos mais modestos, quando expressos em valor absoluto, verificam-se nas conservas de peixe, nos tecidos de algodão, no azeite e no ferro e aço em obra. Por fim, importa salientar as quebras verificadas nas vendas de vinhos comuns, de cimentos e pozolanas, no total calculadas em cerca de 11 000 contos.

A economia portuguesa perante a criação da zona livre

Alguns dos indicadores da situação da economia portuguesa que mais directamente interessam à definição da posição do País perante a zona de livre troca em projecto 1. Ao salientar os traços essenciais da conjuntura internacional, deu-se conta dos trabalhos em curso para a fusão dos mercados europeus - problema cuja importância se assinalou já em relatórios anteriores.

Para completar as informações então dadas, parece agora oportuno observar alguns dos indicadores da economia nacional que mais directamente interessam à compreensão da posição portuguesa perante a união aduaneira dos seis e os trabalhos preparatórios de uma zona de comércio livre que abranja esta união e,

possivelmente, todos os restantes países membros da O. E. C. E.

Os objectivos desta nota não permitem considerar a totalidade dos factores que determinarão a atitude do País perante esses movimentos e que foram ponderados nos trabalhos da comissão nomeada pelo Conselho de Ministros para o Comércio Externo para estudo do problema.

Procurar-se-ão sobretudo os elementos que ajudem a avaliar da dependência em que a metrópole e o ultramar se encontram do estrangeiro, dada a importância que esta dependência terá na escolha da posição definitiva a tomar.

Os indicadores que aqui se tomarão serão, por isso, todos referentes ao sector do comércio externo.

Embora a análise da dependência externa se ressinta da falta de outros elementos de interesse, como os referentes a produções internas, pensa-se que os elementos agora apresentados permitirão, a quem os ponderar, uma melhor consciência do problema e a verificação da sua complexidade e das inegáveis limitações a que a própria negociação está sujeita; as exigências da nossa economia -as da sua estrutura actual e as decorrentes de um processo de desenvolvimento a que não renunciaremos- impõem-nos procurarmos adaptar às nossas dimensões esquemas traçados de modo a servir também outros.

A posição do ultramar como abastecedor e consumidor da produção metropolitana As trocas entre a metrópole e as províncias ultramarinas, pelo seu volume e pela sua composição, têm para a economia nacional importância que a simples leitura dos números torna desnecessário encarecer.

(1952-1955)

Este quadro-resumo afirma a alta importância que, para a metrópole, tem o mercado ultramarino.

E esta importância aparecerá multiplicada quando se tiver em conta que a posição da metrópole como for-(...)

1 Nota baseada em alguns dos trabalhos da comissão nomeada pelo Conselho de Ministros para o Comércio Externo para o estudo do mercado comum e da zona de comércio livre.