Só a partir de 1954 as receitas atingiram valores superiores aos de 1938, quando expressas em termos constantes pelo índice de preços por grosso. O avanço em 1956, em relação a 1938, já é substancial, visto atingir em escudos de 1956 quase 700 000 contos.

Quando se olham as receitas em comparação com as do ano anterior, o progresso em termos reais é bastante menor do que o que exprimem os totais em escudos do ano, pois não passou de 210 000 contos.

Este facto explica com aproximação os efeitos do agravamento dos preços por grosso. Embora os números devam ser lidos com as prevenções aconselhadas em pareceres anteriores, que se referem às insuficiências do índice de 1927, eles mostram claramente a influência depressiva, que se traduz em menores receitas do que as indicadas e por idêntica influência nas despesas.

As receitas ordinárias e extraordinárias Em 1956 as receitas ordinárias subiram, ultrapassando a casa dos 7 milhões de contos, pois somaram 7 303 170. As extraordinárias baixaram para 334 087 contos. Porém, apesar da diminuição notável nas receitas extraordinárias em relação a 1955, o conjunto das duas ainda foi superior, visto ter atingido 7 637 257 contos.

O quadro a seguir dá as receitas ordinárias e extraordinárias para os dois últimos anos e 1938 e indica o que se cobrou a mais em 1956 em relação ao ano anterior:

Desde 1950 o aumento das receitas ordinárias em relação às do ano anterior tem sido contínuo, tendo atingido um máximo de 701 682 contos em 1951 e um mínimo de 121 802 em 1954. Nos últimos sete anos a subida total das receitas ordinárias andou à roda de 2 477 651 contos.

No quadro a seguir dá-se nota dos aumentos de receitas ordinárias em cada ano desde 1950 em contos.

Devendo as receitas ordinárias ser uma percentagem do produto nacional, escolheu-se nestes relatórios o produto bruto interno para, por comparação, aquilatar da carga tributária.

Os resultados são aproximados, mas mostram que nos dois últimos anos as receitas correspondem a percentagem idêntica - à roda de 14,2.

A seguir publica-se a evolução do produto interno bruto, com os números publicados em 1955 ligeiramente corrigidos, e inserem-se as percentagens das receitas ordinárias:

Em 1951 a percentagem das receitas ordinárias no produto interno bruto foi de 12,5 por cento, e subiu no ano seguinte para 13,2. Só atingiu depois a casa dos 14,2 em 1955 e nela se manteve em 1956.

Os números e percentagens mostram não ter sido agravada a carga tributária. Ela mantém-se em relação ao produto bruto interno.

O produto nacional líquido ao custo dos factores em 1956 atingiu 48 726 000 contos. A percentagem das receitas ordinárias subiria para cifra superior a 14,9, ou, arredondando, para 15.

Receitas totais Para completar esta rápida análise das receitas, indicam-se a seguir as receitas ordinárias e extraordinárias em termos constantes para certo número de anos: