Esta sequência de saldos negativos no comércio externo da metrópole parece provir em parte da incapacidade da organização interna em conquistar certos mercados para produtos nacionais que podiam ser produzidos em maiores quantidades.

A questão tem sido tratada com bastante pormenor nestes pareceres. E um exame num longo período de tempo de certas mercadorias exportadas indica possibilidades de interesse, sobretudo se fosse timbre manter uniforme ou até melhorada a qualidade do produto.

Recentes progressos na indústria permitem augurar possibilidades de exportação até nas indústrias metalomecânicas.

No quadro seguinte, para certo número de anos, dão-se os principais elementos que caracterizam o comércio externo no que respeita à sua repartição geográfica:

Vê-se que no comércio total a relação entre o que se exportou e importou foi de 67,8 por cento, que desceu, contudo, para 58 por cento no caso de países estrangeiros, e a tendência parece ser para descer ainda mais. O problema das relações de Portugal com outros países, em matéria de comércio externo, torna-se mais evidente quando se analisam os diversos capítulos que o forniam. Um exame pormenorizado indica que o déficit da balança de comércio com os países participantes na Organização Europeia (O. E. C. E.) foi da ordem dos 3 786 000 contos e de 950 000 com os países não participantes. O déficit agravou-se com uns e com outros se forem comparados os números de 1956 com os de 1955, em que os saldos negativos somaram, respectivamente, 2 982 000 e 695 000 contos. Vê-se que o agravamento em relação aos países participantes subiu mais de cerca de 800 000 contos.

No conjunto podem ler-se as relações externas do comércio metropolitano no quadro que segue:

Convém destrinçar o comércio externo por a fim de verificar onde se deram os principais e as causas que os motivaram.

Os números a seguir dão as importações e exportações para 1956 com certo número de países:

A Alemanha continua a ser um grande exportador de mercadorias para Portugal e um muito pequeno importador de produtos metropolitanos. O nosso déficit com aquele país atingiu mais de 1 milhão de contos em 1955, e ainda subiu para 1 424 000 em 1956. Aquele país exporta para Portugal máquinas, aparelhos e produtos manufacturados e recebe de Portugal matérias-primas e pouco mais. Deveria ser maior comprador de artigos portugueses que importa de outras regiões.

É evidente não ser possível a continuação deste estado de coisas por muito tempo, e Portugal terá necessariamente de desviar a importação de coisas que precise adquirir para outros países que desejem comprar mercadorias portuguesas.

Os deficits da balança de comércio com os restantes países mencionados no quadro, também participantes, são muito menores do que os indicados para a Alemanha. Em todo o caso, não se vê motivo que impeça