boa organização interna e vigorosa política comercial externa, elevar a exportação de vinhos para 1 milhão de contos.

As madeiras formam já hoje uma das ricas possibilidades económicas do País, e mais ainda se há-de sentir a sua influência no futuro, tanto em indústrias transformadoras internas - a celulose e outras - como na exportação.

Parece ser possível alargar muito a gama das exportações, de modo a diversificá-las. A saúde económica interna exige que a balança do comercio não esteja sujeita a graves perturbações, ocasionadas pelas oscilações, nos- preços de dois ou três produtos.

Já hoje se exporta um certo número de mercadorias, como as de cerâmica artística, artigos regionais e muitos outros. Parece ser possível até competir com indústrias metalomecânicas numa variedade de artigos que requerem gosto e mão-de-obra.

O comércio externo e a balança de pagamentos Apesar do grande saldo negativo da balança de comércio da metrópole e de saldos negativos em quase todas as províncias ultramarinas, a balança de pagamentos fechou com o saldo positivo de 892 000 contos. Este saldo refere-se à área do escudo, que compreende todos os territórios portugueses daquém e dalém-mar. Para este resultado concorreu o menor saldo negativo ivas províncias de África, que passou de 359 000 contos em 1955 para 79 000 em 1956.

No relatório sobre as contas públicas do ultramar estudar-se-ão, com certo pormenor, as balanças do comércio de cada uma das províncias ultramarinas, com excepção da Guiné, que na data em que foi escrito este parecer não conseguira, por motivos desconhecidos do relator, completar a sua estatística do comércio externo.

Ver-se-ão na altura devida as causas que influíram no sentido de melhorar o resultado, no conjunto, e da redução do seu déficit para menos de 80 000 contos.

O saldo negativo total da comunidade portuguesa, com excepção da Guiné e das províncias do Oriente, foi da ordem dos 5 milhões de contos, integralmente coberto pelo saldo positivo dos invisíveis na balança das transacções correntes, considerando os valores F. O. B. Tem valido à economia portuguesa o elevado saldo de invisíveis formado de receitas do turismo, remessas de emigrantes, prestação de serviços de vária natureza, movimento de capitais e outros.

É natural que algumas destas rubricas, como a de turismo, melhorem consideravelmente e, assim, reforcem as receitas de invisíveis, mas há alguns pontos fracos a considerar.

Não podemos ater-nos à balança de invisíveis. É indispensável fazer um esforço no sentido de reduzir a balança do comércio, tanto mais que os consumos tendem a aumentar na metrópole e no ultramar.

Pode exprimir-se a conta do comércio externo da metrópole e das províncias de África, com excepção da Guiné, da seguinte forma:

(a) Não inclui a Guiné.

Vê-se que no ultramar se produziu o saldo negativo de 79 000 contos. Aumentaram as importações e as exportações em relação a 1955. Nas últimas, o aumento foi muito maior. Na verdade, tomaram-se medidas restritivas em Angola, de modo que, apesar de no conjunto serem maiores as importações do que no ano anterior, elas não atingiram a cifra que poderiam alcançar se não se opusessem obstáculos ao seu livre desenvolvimento. Publica-se a seguir um quadro que dá ideia do comércio externo da metrópole e das províncias africanas desde 1949:

(a) Não inclui a Guiné.

Note-se o progresso contínuo do comércio externo da metrópole e províncias africanas. Atingiu 15 milhões de contos nas importações e 10 289 000 nas exportações em 1956.

Infelizmente, o progresso nas importações tem sido mais acentuado, mas os comentários acima formulados permitem augurar melhores resultados no fim da próxima década.

O ultramar, que mantivera saldos positivos avultados durante alguns anos, entrou na fase dos deficits em 1954.

Não se pode esperar melhorias apreciáveis na balança de comércio do ultramar.

Apesar de ser possível e desejável o aumento da exportação, sobretudo em Angola e Moçambique, não devo esquecer-se que o crescimento económico, acentuado