Se for comparada a despesa com o ano do início da guerra (1939), nota-se que o serviço da dívida pública aumentou de 294 000 contos, números redondos, para 687 000, bastante mais do dobro, e que na Presidência do Conselho a diferença ainda é mais pronunciada, pois passou de 14 436 contos para cerca de 330 500. São estas as duas rubricas que mais avolumam os encargos gerais e aquelas que em 1956 tiveram maior crescimento. Quase por si explicam a maior valia final.

Nas restantes houve um pequeno aumento na Presidência da República e chancelarias, outro de 1491 contos na Representação Nacional e um relativamente pequeno acréscimo nas classes inactivas. Na representação nacional, que compreende a Câmara Corporativa e a Assembleia, os subsídios a Procuradores e Deputados subiram de 4685 para 6052 contos. Houve pequenas variações noutras rubricas, como se nota a seguir:

Contos

Classes inactivas Os subsídios à Caixa Geral de Aposentações, que são a maior verba das classes inactivas, mantiveram-se no nível dos dois últimos anos, ou 287 000 contos. Mas o subsidio ao Montepio dos Servidores do Estado passou para 42 000 contos, mais 2000 do que em 1955.

As classes inactivas custam ao Tesouro, sem incluir as dos correios, telégrafos e telefones, cerca de 355 000 contos. O aumento desde 1954 não tem sido grande, mas tem tendências para subir.

Discriminando as despesas das classes inactivas, obtêm-se os números que seguem:

O subsídio concedido pelo Estado à Caixa Geral de Aposentações serve para pagar as reformas de todo o funcionalismo público, com excepção do da Administração-Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, que entrega directamente à Caixa a parte que corresponde ao seu pessoal.

O subsídio pode decompor-se, com aproximação, pelas diversas classes de funcionalismo como segue:

Contos

Forças armadas:

152 367

As duas verbas maiores referem-se ao funcionalismo civil e às forças armadas. As outras rubricas têm muito menor projecção.

Além dos subsídios mencionados acima, há a considerar as receitas próprias da Caixa Geral de Aposentações e do Montepio dos Servidores do Estado, a que se fará pormenorizada referência adiante. O serviço da dívida pública aumentou bastante. Mas, como se verificou acima, parte é recuperada e contabilizada em reembolsos e reposições, no capítulo «Rendimento de capitais», e parte forma amortizações, que subiram em 1956 para 214 432 contos, mais 32 247 do que no ano anterior.

Assim, do aumento total do serviço da dívida pública, ou 50 711 contos, uma parcela importante provém de maiores amortizações.

A dívida pública está representada por títulos, empréstimos na Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, ou resulta do contrato com o Banco de Portugal.

A evolução da dívida nos últimos anos exprime-se do modo que segue, em milhares de contos.