importações, que variam de ano para ano. Em 1956, o comércio externo de importação e exportação alimentou bastante. A despesa da Direcção-Geral manteve-se.

As variações dentro dos serviços, vistas por classes de pessoal, material e encargos, dão uma ideia do conjunto:

A rubrica «Material» aumentou bastante, a de «Pessoal» subiu também umas centenas de contos e, finalmente, a de «Encargos» diminuiu 1016 contos.

Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência Do ponto de vista monetário, o ano de 1956 foi caracterizado por um aumento substancial nos meios de pagamento, que atingiram 36 582 000 contos. As notas e moeda em poder do público contam com 10 667 000 contos e os depósitos à ordem com 25 915 000 contos. O acréscimo dos meios de pagamento em poder do público num país pouco desenvolvido deve ser encarado com cautelas. A tendência do uso de meios de pagamento em excesso, quando os consumos são baixos, exerce-se sempre no sentido de maiores consumos, e, indirectamente, induz a maiores importações, com influências sérias na balança de pagamentos. Não deve ser estranho ao surto nas importações verificado em 1956 o alargamento dos meios de pagamento, que subiram de 1955 para 1956 cerca de 2 000 000 de contos.

Desconhecem-se os escalões dos depósitos à ordem, sobretudo os do sistema bancário, e, por isso, não se poderão extrair conclusões sobre a sua evolução. Também não é possível saber o que dentre eles representa poupança. De qualquer modo, o aumento nos depósitos à ordem verificado em 1956 - a subida foi de mais de 1 500 000 contos - indica uma expansão de crédito, que conviria vigiar e que possivelmente teve influência na subida do índice dos preços, já assinalada neste parecer. Desconhece-se o grau de concentração dos depósitos à ordem, isto é, os escalões em que se repartem. Haveria talvez vantagens, para orientação de quem tem de decidir sobre os meios de pagamento em poder do público, que, a exemplo do já feito pela instituição do Estado, o sistema bancário pudesse fornecer elementos sobre os seus depósitos, divididos por escalões, pois que a pressão sobre os preços pode exercer-se com maior ou menor intensidade, conforme o número e importância desses escalões.

Não deve ser alheio à produção nacional, que foi bastante maior do que a de 1955, o acréscimo dos meios de pagamento. Já se conhece com bastante aproximação o produto nacional bruto a preços do mercado, que ating iu 55 476 000 contos. O produto nacional líquido aos preços do mercado elevou-se também, o que revela sensível melhoria, em relação a 1955.

Assim, os factores relacionados com o acréscimo dos meios de pagamento e o aumento do produto (nacional parecem denotar uma expansão de crédito que, não tendo sido excessiva, exerceu já alguns efeitos nos preços, assinalados pela alta indicada.

Publica-se a seguir um quadro que define, sinteticamente, diversos factores de importância no mercado monetário e a sua indirecta influência no produto nacional:

Desde 1951, os depósitos a ordem subiram 7 200 000 contos e os meios de pagamento 9 milhões de contos. O produto nacional líquido passou, desde 1952, de 44 416 000 para 52 673 000 contos.

Apesar do acréscimo dos meios de pagamento, foi possível manter a circulação da moeda em poder do público dentro de limites razoáveis. Maior expansão no crédito, além dos efeitos nos preços, pode ocasionar dificuldades várias, que foram evitadas por depósitos substanciais do sistema bancário e de caixas económicas no banco emissor. Levantamentos maciços, por expansão de crédito sem contrapartida adequada na produção, conduziriam a perturbações nos preços, por virtude de aumentos nos consumos.

A complicada engrenagem que preside à manipulação do crédito necessita de ser cuidadosamente vigiada e orientada. De pequenos erros ou de previsões mal fundadas podem resultar efeitos devastadores na economia pública e privada, traduzida em desvalorizações, dificuldades e sacrifícios bem conhec idos do País, alguns ainda não muito longínquos.

Balança de pagamentos O saldo geral da balança de pagamentos foi de 892 000 contos. Concorreram para este resultado os invisíveis nas transacções correntes, as operações de capital, com um saldo positivo da ordem dos 300 000 contos, e erros e omissões, que, paradoxalmente, representam ainda cerca de 520 000 contos.

Se forem comparados os resultados da balança de pagamentos dos dois últimos anos, nota-se que os invisíveis aumentaram muito. De facto, a melhoria proveio deles em mais de 70 por cento, visto se ter verificado uma quebra da ordem dos 480 000 contos na balança, do comércio, provocada exclusivamente pela metrópole.

Nos invisíveis predominaram o turismo, com o saldo de 288 000 contos, migrantes, com 450 000 contos, donativos, legados e pensões, com 426 000 contos, e atribui-se a diversos 1 021 000 contos, que incluem os invisíveis do ultramar. A balança de transacções correntes, que fechara com o saldo negativo de 120 000 contos em 1955, melhorou apreciavelmente para um saldo positivo de 68 000 contos em 1956.

Apesar deste considerável reforço dos invisíveis correntes, a balança não manteria o seu apreciável saldo positivo se não fossem as operações de capital, com 300 000 contos, e a rubrica «Erros e omissões», difícil de discriminar, estimada em 524 000 contos em 1956.