Não parece ser curial este abandono das zonas rurais, nem é conforme os interesses económico e social do País.
Assistência pública
Um exame das despesas dos diversos organismos que formam a Direcção-Geral mostra que o aumento teve lugar, essencialmente, nos estabelecimentos hospitalares e na luta contra a tuberculose. No primeiro caso o acréscimo foi da ordem dos 29 500 contos e no segundo de perto de 11 700, acrescidos dos encargos com o internamento de tuberculosos. O desenvolvimento da despesa tem-se acentuado nos últimos anos. Em 1955 os estabelecimentos hospitalares tiveram a maior valia de 14 235 contos e a luta contra a tuberculose de 15 657 contos.
Houve, portanto, reforços de dotações apreciáveis nos últimos dois anos.
No quadro a seguir incluem-se as dotações utilizadas pela Direcção-Geral.
Designação
Estabelecimentos hospitalares ....
Assistência à maternidade e na primeira infância ....
Assistência na invalidez ....
Luta contra a tuberculose ....
Assistência a alienados ....
Assistência à família .....
Assistência a leprosos ....
Subsídios para manutenção de escolas de enfermagem (Decreto-Lei n.º 38 884, de 28 de Agosto de 1952) ....
Subsídios para a construção de novos hospitais .....
Assistência nas doenças reumatismais e cardiovasculares ....
Outras modalidades de assistência ....
Encargos com a assistência aos funcionários civis tuberculosos ....
Encargos com o internamento em estabelecimentos adequados de tuberculosos e alienados pobres e indigentes ....
Total ....
(a) Nesta importância está incluído o montante de 4:400.0003 como subsidio ao Fundo de Socorro Social.
(b) Encargos com internamento de tuberculosos pobres (20:808.449$) e com alienados pobres (7:098.822$).
Apesar do acréscimo de despesa, que nos dois últimos anos atingiu perto de 110 000 contos, ainda há faltas em alguns dos serviços. Os novos hospitais e melhores dotações dos existentes obrigaram a reforços importantes e a luta contra a tuberculose consumiu verbas bastante maiores. Em 1956 somaram 89 140 contos, sendo 20 808 de encargos com internamento de tuberculosos pobres.
O problema da tuberculose
Este problema da tuberculose é daqueles que se não podem resolver apenas com verbas orçamentais, por maiores que sejam. O contágio humano é, sem dúvida, um dos mais poderosos agentes de contaminação, e enquanto não for criada mentalidade que compreenda claramente os perigos resultantes do contágio não há-de ser fácil enfraquecer a curva do seu crescimento. O problema é conhecido, foi várias vezes estudado por especialistas, existem elementos de sobra que indicam o caminho a seguir.
Vale a pena fazer uma. tentativa séria no sentido de debelar o mal, que requer a compreensão do público em elevado grau.
Organismos oficiais e particulares, na indústria, no comércio, na agricultura, associações, grémios e sindicatos, sociedades de diversa natureza, tudo o que puder ser mobilizado coordenadamente no sentido de reduzir o contágio e promover o internamento em condições adequadas dos doentes, parece ser uma instante necessidade.
Mas a luta não deve cessar com o internamento. Terá de ir ao auxílio dos mais necessitados no período de recuperação depois do internamento. De contrário será pura perda o dispêndio avultado actual, e, que, se for encarado um plano de conjunto, nas linhas sugeridas, mais pesará ainda num próximo futuro.
Construíram-se palácios de justiça em diversas localidades e instalações para presos, que consistem em cadeias, penitenciárias e outras.