Assim, de 1946 a 1956 gastaram-se em estradas e pontes, no continente e ilhas, pelo orçamento da Junta Autónoma, e por força de despesas ordinárias e extraordinárias, cerca de 2 570 000 contos. A verba correspondente a pontes atingiu 349 600 contos, ou 13,60 por cento do total.

Como os trabalhos de conservação e reparação, embora insuficientemente dotados, consumiram cerca de 43 por cento do total, ficaram para a construção 918 311 contos, menos de 36 por cento. A média gasta por ano, durante este período de onze anos, na construção de novas estradas foi de pouco mais de 8300 contos, o que para o País, insuficientemente desenvolvido e com um plano rodoviário inacabado, é muito pouco.

As dotações extraordinárias, que nos últimos anos se haviam fixado em 100 000 contos, subiram para 180 000 contos, o que deve permitir intensificação da construção, e espera-se que nos anos próximos se desenvolva o plano de dotações já delineado.

A construção, porém, de obras volumosas, como a ponte de Vila Franca de Xira, agora a da Arrábida, e a auto-estrada até Vila Franca de Xira, com verbas que saem das dotações normais, atrasará o acabamento de estradas importantes. Há troços espalhados pelo País que se vão construindo com pequenas dotações. E, em certos casos, decorrem longos anos até os completar, de modo a poderem satisfazer as necessidades dos povos que servem e estabelecer as ligações consideradas indispensáveis, algumas remontando ao plano rodoviário de 1889.

Mão-de-obra Pequenas dotações têm inconvenientes. Não auxiliam a economia, nem poupam mão-de-obra, que já começa a escassear em certas regiões.

O emprego de máquinas modernas na construção de estradas é hoje a prática corrente em todos os países. E até em território nacional, em Angola, e agora em Moçambique, se procura pôr a concurso troços longos, em empreitadas que permitem o deslocamento e a utilização de maquinaria moderna.

O uso de mão-de-obra volumosa na construção de estradas é dispendioso; a máquina assegura custos muito menores quando bem utilizada. Esta verificação, por si só, recomendaria a máquina, se não houvesse outra de interesse, que é a da própria economia na mão-de-obra. Se fosse estabelecida uma lista de prioridades, tendo em conta o turismo, as ligações com a capital e as relações inter-regionais, e depois se atacasse o problema com empreitadas de maior volume, talvez fosse possível reduzir os custos e diminuir a influência da mão-de-obra, que fi caria disponível para outros trabalhos. Ver-se-á adiante a obra realizada pela Junta Autónoma de Estradas desde o fim da guerra. As suas dotações mantiveram-se em cada ano num nível que só a partir de 1952 ultrapassou os 250 000 contos, como se indica no quadro seguinte:

Os números referem-se a estradas e pontes e têm em conta apenas o continente.

As estradas nas ilhas são financiadas por dotações especiais inscritas no orçamento e por verbas desviadas das receitas das juntas gerais dos dois arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Todos os anos se indicam as dotações inscritas na Conta Geral do Estado.

Vê-se do quadro acima que a dotação de 1956 atingiu 331 630 contos, mais 71 730 do que no ano anterior. Este aumento, que ainda será maior no próximo ano, parece dever ser o início do esforço sério no sentido de melhorar a rede rodoviária e satisfazer necessidades prementes. Viu-se que no período de 1946-1956 o total gasto com estradas e pontes atingiu 2 570 870 contos, divididos da forma que segue:

Esta quantia serviu para financiar a conservação e reparação, a construção e diversas despesas, tanto de estradas como de pontes, e inclui as ilhas.

Para elucidar sobre o destino das verbas neste largo período de tempo e verificar a influência do ano de 1956, compilou-se o quadro seguinte, que dá a discriminação dos totais por conservação e reparação, construção, diversos, ilhas e pontes: