Têm-se salientado todos os anos nestes pareceres as despesas das Faculdades de Ciências, que, em conjunção com os institutos superiores técnicos, formam os cientistas que mais tarde actuam na vida nacional. Numa era em que o progresso económico e social se baseia nos progressos científicos, a formação de profissionais convenientemente treinados é fundamental.

O progresso científico apoia-se na experimentação. Laboratórios com aparelhagem e dotações suficientes para a utilizar intensivamente são indispensáveis em todos os estabelecimentos de grau superior.

As Faculdades de Ciências têm ainda pequenas dotações na rubrica «Material». Houve alguns progressos nos ultimou anos. A evolução das cifras das despesas de material mostra o seu aumento sobretudo em 1955 e 1956, mas em escala reduzida.

Dado o sentido industrial que se pretende introduzir na vida portuguesa, e os consideráveis progressos realizados nas últimas décadas na física, na química, e pode dizer-se que em todos os ramos da vida científica, é indispensável fazer evolucionar o ensino universitário. A existência de bons laboratórios e de pessoal convenientemente treinado são um largo passo andado no bom sentido.

Publica-se a seguir um quadro que indica as despesas das várias rubricas orçamentais, para as Faculdades de Ciências de Lisboa e Coimbra:

(a Inclui todas as dependências das Faculdades.

É de notar que em material também se incluem despesas de conservação de imóveis. A sua dotação foi de 1239 contos, para todas as dependências da Faculdade de Ciências de Lisboa, incluindo três museus e um observatório.

Outro tanto se poderá dizer no caso da Universidade de Coimbra, com quatro museus, um observatório e o Instituto Geográfico, que consumiram, por força da verba de material, apenas 1442 contos.

As verbas maiores da sua despesa dizem respeito aos dois primeiros institutos.

Além das quantias inscritas no orçamento há ainda pequenas despesas realizadas por força de outras receitas, mas não têm grande interesse.

A despesa total da Universidade Técnica somou 17 788 contos, mais 675 do que no ano anterior, mas o maior aumento deu-se nos serviços da reitoria, como se indica a seguir:

O progresso desde 1954 foi da ordem dos 1110 contos.

Podem repetir-se as considerações sobre o ensino experimental formuladas acima para o caso das Faculdades de Ciências. Neste caso o que se escreveu acima ainda tem mais força, dada a missão na vida dos diplomados pelos institutos técnicos. Não houve sensíveis alterações nas verbas dos órgãos que se incluem habitualmente nesta rubrica, a não ser nas despesas da inspecção, arquivos e bibliotecas e no Teatro de S. Carlos. No primeiro caso a despesa aumentou de 3552 contos em 1955 para 3931 em