Já é possível apresentar o quadro completo do comércio externo desta província. Por motivos desconhecidos, e em contrário do que acontecia com os restantes territórios nacionais, não se compilavam a tempo de serem publicados os elementos essenciais ao conhecimento do fecho da balança do comércio. E, assim, quando se pretendia determinar em conjunto a importância do comércio externo, aparecia sempre a falta da província da Guiné.

O Governo tomou medidas no sentido de preencher esta falta, que se repetia de ano para ano, numa indiferença por um assunto que devia merecer melhor atenção.

Os produtos de maior relevo na vida económica da província são a mancarra, o arroz, o coconote, o óleo da palmeira dendém e outros.

A mancarra representa para a Guiné a maior fonte de cambiais. A sua produção já atingiu 42 410 t em 1953, mas desceu para 38 000 t em 1955. Julga-se que a exportação deste produto no quinquénio 1951-1955 teve um aumento de 60 por cento em relação ao período 1931-1935, o que é pouco para as possibilidades da província.

O arroz é o segundo produto em importância nas culturas da Guiné, mas consome-se quase inteiramente na província.

Finalmente, o coconote apresentou em 1956 um movimento de exportação digno de registo, visto ter atingido 22 722 t, no valor de 61 437 contos. Parece ser possível alargar ainda estes números, o que deverá trazer um grande benefício para as dificuldades cambiais da província.

Com elementos obtidos da Direcção de Fazenda o comércio externo pode assumir a seguinte fórmula:

(Ver Quadro na Imagem).

Vê-se o desenvolvimento da importação e no que toca n exportação o aumento em 1956 foi sensível - mais 51 600 contos do que em 1955.

Este facto deve-se ao Acréscimo da exportação de mancarra, que atingiu o valor de 106 898 contos, apresentando deste modo parte do perdido em 1955. Não alcançou ainda os 129 000 contos de 1954.

Vem a seguir nu exportação o coconote, de que já se falou.

Apesar do grande consumo de arroz, que é a base do sustento da população, ainda foi possível exportar em 1956 cerca de 14 000 contos. É valor muito maior do que o dos anos precedentes. Em 1954 não passara de 5182 contos e fora o maior registado até àquela data.

Outros produtos de certo interesse na exportação são as madeiras (6262 contos), os couros (4870 contos), o óleo de palma (3059 contos) e a cera (3009 contos).

Mas quase todos eles têm diminuído a sua importância em relação a anos anteriores, especialmente os couros, que em 1952 preencheram 10 517 contos na exportação.

2. O mercado principal da Guiné é a metrópole. Para ela envia quase toda a sua exportação, em troca de mercadorias para o seu consumo.

Assim, em 1956 foram enviados para a metrópole produtos no valor de 163 899 contos, enquanto que para o estrangeiro apenas se exportaram 36 928 contos. A mancarra veio totalmente para a metrópole.

A exportação de arroz faz-se para a África Ocidental Francesa (11286 contos) e um pouco para Cabo Verde e metrópole. Outros compradores de produtos da Guiné são a Alemanha (coconote no valor de 18 268 contos), a Holanda (coconote no valor de 4696 contos) e os Estados Unidos (cera no valor de 388 contos).

Balança de pagamentos Ë possível apurar a grosso modo os saldos da balança de pagamentos pelo exame das contas do Fundo Cambial.

O saldo em 1956 foi da ordem dos 18 993 contos, cativo de 13 347 contos de importâncias já autorizadas para importações, transferências não utilizadas e fundo de reserva.

As cambiais discriminam-se do modo que segue:

Contos

Para cobrir estas transferências houve coberturas durante o ano no total de 162 417 contos, que, acrescidas ao saldo de 1955, ou 638 contos, perfazem 163 055 contos. O saldo em fins de 1956 era, pois, de 18 993 contos, cativo das importâncias já mencionadas.

A falta de dados relativos à importação não permite estabelecer a sua origem. No entanto o exame da conta