Parece ter melhorado ligeiramente a situação económica desta província na parte relativa ao saldo da balança do comércio, que foi um pouco superior ao de 1955. Não é que a colheita do principal produto da exportação - o cacau - tivesse aumentado. Mas o declínio dos preços levou muitos produtoras a reter parte da produção de 1955 (cerca de 2000 t), que foi vendida em 1956, apesar de ter continuado a baixa nos preços.

Naquele ano exportaram-se apenas 5701 t de cacau, com o valor de 113 379 contos; em 1956 a exportação elevou-se para 8867 t, no valor de 122 025 contos. À diferença de 3116 t do principal produto cultivado na província correspondeu apenas o aumento de 8646 contos. A média da tonelada, que andou à roda de 19.700$ em 1955, passou em 1956 para 13.7001.

Assim, o alimento do saldo na balança, da ordem dos 4000 contos, que poderia significar melhoria nas condições económicas da província, derivou de colheitas de anos anteriores.

As considerações feitas no parecer do ano passado sobre a vida económica da província resultam, pois, com mais clareza, da análise do comércio externo de 1956.

No que diz respeito à situação financeira, as contas fecharam com o saldo de 20 400 contos.

Comércio externo A análise do comércio externo em 8. Tomé e Príncipe tem importância por ser o melhor índice das condições de vida da província, que vive da exportação de meia dúzia de produtos: cacau, café, coconote, copra e óleo de palma. Mas sobre todos eles predomina por larga margem o cacau.

Os saldos positivos da balança de comércio têm sido quase sempre volumosos. U ano de 1954 foi excepcional, com um saldo de 123 036 contos, mas a baixa do cacau em 1955 e 1956 reduziu os saldos para quantias muito menores, como se verifica nos números que seguem:

(Ver Quadro na Imagem).

No entanto, se for considerado como referência o ano de 1938, nota-se que os preços unitários da tonelada exportada e importada ainda divergem muito.

O preço médio da tonelada importada teve em 1956 o índice de 290, enquanto o da exportada se eleva a 485. Isto quer significar que as condições seriam bastante melhores se não houvesse inflação nos salários e outras despesas. As relações comerciais de S. Tomé e Príncipe com o exterior são em certos aspectos mais equilibradas do que as de outras províncias ultramarinas.

Podem resumir-se no seguinte quadro, em contos:

(Ver Quadro na Imagem).

Em 1956 o desequilíbrio negativo com a metrópole e províncias ultramarinas foi de 46 092 contos, coberto com o saldo positivo com o estrangeiro.

Não é possível estudar a evolução das relações comerciais da província para anos anteriores a 1950, porquanto a maior parte das operações tinha lugar através da metrópole.

Contudo, a partir de 1954, a percentagem na importação da metrópole tem diminuído - de 45,93 por cento para 40,79 por cento em 1950.

A exportação para a metrópole, que baixara até 18,65 por cento do total em 1954, subiu para 26 por cento em 1956.

As províncias ultramarinas, em especial Angola, fornecem 8. Tomé e Príncipe de substâncias alimentícias; e a falta percentagem ainda notada nas importações do ultramar significa que S. Tomé e Príncipe é abastecida por elas de alimentos para a sua população.

Em 1956 entraram na província 57 265 coutos de substâncias alimentícias, num total de importação de 132 481 contos. S. Tomé e Príncipe comp ra principalmente tecidos de algodão, máquinas e utensílios, vinhos, peixe seco, farinha, feijão e outras substâncias alimentícias, combustíveis, ferro e aço.

Em 1956 exportou, como se referiu acima, 172 977 contos.

Destes, 172 171 pertenciam a seis produtos, como se verifica a seguir.