Os restantes países comparticipam no comércio importador da província com menos de 130 000 contos. Apenas a Bélgica-Luxemburgo atingiu os 122 000 contos.

10. Quanto à exportação os principais compradores de produtos angolanos foram os Estados Unidos (625 125 contos), a metrópole (544 933 contos), o Reino Unido (367 808), a Holanda (499 815 contos), a Alemanha (254 795 contos) e o Canadá (232 808 contos).

Os países estrangeiros que apresentaram saldos negativos foram a Alemanha (menos 55 080 contos) e a Itália (menos 14 373 contos).

São dignos de menção especial os saldos positivos com a Holanda (447 579 contos) e o Canadá (231 152 contos). A Alemanha continua a apresentar deficits. Não se compreende bem a posição deste país, grande exportador de mercadorias para a metrópole e ultramar e pequeno importador de produtos nacionais.

Balança de pagamentos

11. A balança de pagamentos fechou com saldo positivo. Avaliado pelos cambiais, o saldo formou-se do modo que segue:

O saldo que transitara de 1955 subira a 245 911 contos. Passou para o próximo ano o saldo de 974 471 contos.

Estes são os números dos boletins de requisição, que devem sofrer alterações.

A avaliar pelas operações realizadas pelo banco emissor, têm outra expressão.

As compras foram de 2 302 450 contos e as vendas de l 070 528 contos, deixando o saldo de l 231 922 contos.

12. As receitas totais de Angola no ano de 1956 subiram a 3 124 645 contos, pertencendo l 680 853 contos às ordinárias e l 443 792 contos às extraordinárias.

Quanto a estas últimas, que parecem ter aumentado muito em relação a 1956, hão-de fazer-se adiante, na respectiva secção, algumas considerações tendentes a explicar a sua origem e o seu verdadeiro significado.

As receitas ordinárias, que interessam grandemente na análise deste relatório, aumentaram de l 573 203 contos para 1 662 938 contos.

embora não seja grande o aumento, ele é um sintoma salutar nas finanças da província, e adiante se analisará com pormenor a sua posição na economia angolana.

Mas há que ponderar neste aspecto que o aumento de receitas ordinárias verificado em 1956 vem escurecido pela diminuição no total dos impostos directos, devido a razões que serão apontadas no respectivo capítulo.

13. Excluindo os saldos de anos económicos findos, a receita ordinária em 1956 somou 1 662 938 contos.

Incluindo esses saldos, a receita subiu para 1 680 853 contos, números redondos.

Tomando as receitas ordinárias efectivamente cobradas e comparando-as com as de 1955, o aumento foi de 89 735 contos - um pouco menos do que o daquele ano em relação a 1954.

Têm vindo sempre a crescer as receitas ordinárias e parece não ter havido grandes dificuldades na sua cobrança, como mostra o pequeno movimento de contencioso.

Este ano, como em anos anteriores, nota-se que as cobranças excederam muito as previsões. Com efeito, o excesso da cobrança das receitas sobre as despesas, considerando o conjunto do orçamento, atingiu 252 796 contos. Se forem consideradas apenas as receitas ordinárias cobradas, o excesso foi da ordem dos 283 000 contos.

Este grande aumento de receitas em relação às previsões e economias substanciais nas despesas trouxe o saldo de 544 871 contos.

Adiante será, esclarecida a legitimidade do saldo disponível.

Receitas orçamentadas e cobradas

14. O quadro a seguir dá o progresso das cobranças em relação ao orçamento desde o início da guerra:

Em todos os anos indicados se observa segurança nas previsões. As cobranças ultrapassaram-nas sempre. O volume das receitas ordinárias aumentou bastante desde 1950 (quase dobrou). As previsões não acompanharam, porém, o ritmo das cobranças. Daí os grandes desvios.

O índice de aumento nas cobranças, referido a 1938, atingiu 754 em 1956 e só foi ultrapassado pelo de Moçambique, que já se aproximou de 900. Mas as causas são diversas, porque na última província o aumento da receita proveio em maior grau do desenvolvimento dos