do movimento financeiro dos portos e raminhos de ferro, que para ela também contribuem.

Em 1956 a despesa ordinária de Angola elevou-se a l 304 061 contos e teve o aumento de 254 096 contos em relação à do ano anterior, o que representa quase 20 por cento.

Se for tomada em conta a despesa extraordinária, então o total atinge 2 579 774 contos.

Dado que este ano a despesa extraordinária contém verbas que não se incluíram o ano passado e no futuro serão escrituradas em operações de tesouraria, não se fará por enquanto a análise em relação ao ano anterior.

31. Se forem subtraídas às despesas ordinárias o que compete aos serviços autónomos que fazem parte, dos serviços de fomento (329 018 contos) e da administração geral e fiscalização (9906 contos) obtém-se a despesa ordinária de 965 137 contos - mais 205 791 contos do que em 1955. Vê-se, pois, ter sido grande o aumento, ainda no caso de não considerarem os serviços autónomos, e adiante se procurará esclarecer a causa deste aumento, o qual, com o que se deu nas despesos extraordinárias, atinge cifra bastante alta.

Há a considerar também, além do grande acréscimo na despesa ordinária, o que compete à extraordinária, paru ter ideia das modificações sofridas pela província em matéria de progresso económico. E é de notar também que as cobranças nas receitas ultrapassaram as despesas, permitindo saldos avultados.

A evolução da despesa de Angola nos últimos anos revela o actual desenvolvimento das actividades provinciais. Em países em formação, mais do que em outros, os gastos do Estado reflectem em maior grau a influência das actividades privadas. Basta notar que a despesa ordinária em 1938 não atingia 200 000 contos e que em 1956 ultrapassou l 300 000 contos para ter ideia do considerável desenvolvimento dos serviços públicos, mesmo no caso de se levar em conta a desvalorização da moeda.

No quadro a seguir dão-se as despesas de cada serviço em 1938 e a partir de 1950:

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(a) Inclui 4:720.000$ referentes ao encerramento da conta dos créditos transferidos dos anos anteriores para despesas ordinárias (despesas eventuais).

Nota-se que se pode considerar terminado o período de desvalorização em 1950. Neste ano a despesa foi de 728 000 contos e subiu perto de 600 000 contos de então para cá. Isto significa que nos sete anos de fraca desvalorização da moeda em relação ao período houve maior aumento do que nos anos do guerra e pós-guerra até 1950.

Este problema da evolução das despesas tem grande interesse, porque dá ideia da formação de um país com recursos próprios para progredir a passos largos.

Como é através das despesas ordinárias que se processa o financiamento dos serviços que presidem à evolução social e económica do território, o seu gasto tem projecção no seu próprio desenvolvimento. De modo que a eficiência dos serviços tem uma importância fundamental.

Ainda há hoje excrescências na máquina burocrática, que conviria podar.

Deveriam harmonizar-se melhor as actividades dos diversos serviços, de modo a evitar redundâncias e impedir a sobreposição de competências.

Se forem calculadas as verbas que avolumam as despesas dos serviços sem nelas incluir as dos encargos gerais, que na sua grande parte lhes dizem respeito, obtém-se o quadro que segue:

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