Dentro do perímetro regado estão a ser construídas cinco povoações: Folgares, Matala, Castanheiro de Pêra, Algés-a-Nova e Freixial. Compreendem 203 edifícios, que constam de moradias, igreja e capela, escolas e hospital. Há, além disso, 165 estábulos e 2 cemitérios.

Em 1957 já funcionarão as associações de regantes de colonos e devem começar a ser explorados os lameiros comunitários (luzernais) para a recria de gados.

E em 1958 levantar-se-ão os edifícios que faltam para completar o programa: 32 estábulos, 2 escolas primárias, 2 capelas novas, baterias de secadores de tabaco, tratamento de águas em Freixial, 12 moradias de colonos e redes de abastecimento de água e luz.

As obras do Cunene sofreram algumas dificuldades no começo. Parece terem sido tomadas medidas no sentido, porém, de as concluir dentro dos planos, e devem estar prontas no fim de 1958.

Na primeira fase a área de regadio no vale do Cunene é de 3500 ha e prevê a instalação de 600 famílias de colonos europeus - cerca de 3500 pessoas, que, além de 3300 ha de regadio, terão, para gados, mais 18 000 ha de sequeiro. Simultaneamente se prevê a instalação de famílias indígenas em 100 ha, irrigados à razão de 2 ha de regadio e 12 ha de sequeiro para gados.

Há, assim, que instalar ainda, numa segunda fase, 403 famílias e assistir aos colonos indígenas. Incluindo obras de interesse social e adaptação a regadio, além de transporte de energia em Matala, o dispêndio ainda previsto será da ordem dos 85 000 contos.

74. O relator das contas no parecer de 1948 justificou a recomendação do projecto do Cunenu nos termos seguintes:

O aproveitamento do Cunene num futuro próximo pode ter interesse por motivos relacionados com territórios vizinhos e ainda porque parece estar destinado ao Sul de Angola, na região da Matala, um lugar importante na pastorícia e na indústria pecuária, além de que há já reconhecimentos feitos em jazigos de ferro e ferro-manganés na região.

O aproveitamento da Matala, em vias de conclusão, e o prolongamento do caminho de ferro constituem um passo importante no sentido da ocupação efectiva de uma vasta zona, que parece ser própria para habitação europeia.

Os recursos financeiros não permitirão que as obras continuem para sul com a intensidade desejada. Mas conviria, agora que são mais fáceis os transportes e se instalaram já núcleos de colonização, investigar as possibilidades mineiras apontadas no parecer de 1948, respeitantes a ferro e ferro-manganés.

Energia

75. Foram bastante elevadas as somas gastas na produção de energia. As obras realizadas em 1956 compreendem a última fase do aproveitamento das Mabubas, a que já se fez referência em pareceres anteriores, a conclusão do aproveitamento do Biópio, no rio Catumbela, e a continuação dos obras do rio Cunene, no aproveitamento da Matala, a que se aludiu acima.

Assim, em aproveitamentos hidráulicos gastaram-se as seguintes importâncias:

Contos

Ainda para fins de estudo da produção e distribuição de energia eléctrica se despenderam 229 contos.

Num próximo parecer procurar-se-á dar o custo total de cada uma destas obras, assim como as quantidades de energia produzidas e as condições de exploração.

Caminhos de ferro

76. Está em construção o prolongamento do caminho de ferro de Luanda até ao Lui, o do Congo em direcção à fronteira e o de Moçâmedes, por agora, até Serpa Pinto. As quantias já gastas suo bastantes elevadas. Em 1956 foram as que seguem:

Contos

Caminho de ferro de Moçâmedes até Serpa

uência.

77. Em portos gastaram-se as seguintes quantias:

Contos

O desenvolvimento do porto do Lobito exigiu o prolongamento dos cais e melhor apetrechamento, obras em grande parte realizadas em 1956. Este porto continua a progredir, tendo o tráfego de minérios e milho atingido cifras muito altas.

No porto de Luanda continuou-se em 1956 o seu apetrechamento. O desenvolvimento da capital da província e das zonas limítrofes e a abertura de estradas para o Congo e planalto de Malanje e Benguela hão-de aumentar muito o movimento deste porto, que também