Vê-se nos números a seguir expressos, em milhares de contos, que em 1956 o saldo negativo se aproximou de novo do total das exportações:
No ano passado o parecer classificou de séria esta posição da balança de comércio, apesar de ser positivo o fecho da balança de pagamentos. O fenómeno agravou-se em 1956 com a elevação do saldo negativo para l 221 000 coutos, num volume de exportações ligeiramente inferior.
Se for considerado o quinquénio 1952-1956, as exportações somaram 7 577 000 coutos, ou 61,9 por cento das importações, que no mesmo espaço de tempo subiram a 12 243 000 contos.
Em 1956 a cobertura das exportações, em relação ao total importado, foi de apenas 55,4 por cento - um nítido agravamento em relação à média do quinquénio.
Este facto precisa de ser meditado.
Na verdade, este valor na província de Moçambique tem sido sempre maior do que o da tonelado exportada, como pode ler-se no quadro seguinte, que dá os índices de um e outro na bago do 1944 igual a 100, para os três últimos anos:
Esta disparidade entre os valores unitários da importação e exportação, proveniente do envio para o exterior de géneros pobres um relação aos que se importam, influi bastante no deficit.
Na última coluna calculam-se os aumentos em relação ao ano anterior e vê-se o contínuo acréscimo, que já somou em quatro anos 554 000 contos.
O exame das classes da pauta mostra o aumento 59 800 contos nas matérias-primas, de 11 000 contos nas substâncias alimentícias e de 73 300 contos em manufacturas diversas. O aumento das importações proveio, assim, de insuficiências de natureza industrial, como, aliás, era de esperar. Em todo o caso não parece curial tão grande importação de substâncias alimentícias, que atingiu mais de 400 000 contos.
Principais importações
A necessidade de melhorar as importações reflecte-se no exame dos principais produtos. Alguns deles tendem para aumento, como os óleos minerais, o ferro e aço e as máquinas agrícolas e industriais, além de que a intensidade do tráfego nas novas vias férreas e no sistema rodoviário influirá no sentido de firmeza nas importações.
Assim, como no ano passado só disse, o problema das importações é essencialmente um problema de crescimento. Não ú fácil atalhar em termos substanciais o seu progresso, a não ser nas substâncias alimentícias.
Origem das importações
Não chega a um terço do total o que se importa de territórios nacionais, o que tende para agravar a situação monetária da zona do escudo. Deste modo parece haver necessidade, considerando o conjunto da comunidade portuguesa, de maiores produções na província para consumo interno ou de maiores importações de territórios nacionais.