O saldo de todos os serviços autónomos foi de 257 500 contos, números redondos.

A importância na vida financeira e económica da província dos organismos relacionados com transportes é muito grande e tem aumentado todos os anos.

Em 1950 a sua receita não atingia 500 000 contos. Seis anos depois caminhava a passos largos para 900 000 contos.

Se forem consideradas as receitas e despesas de exploração e os saldos, obtêm-se os números que seguem:

O saldo dos caminhos de ferro de Lourenço Marques atingiu 235 257 contos. Apesar dos deficits das restantes vias férreas - nalguns casos apreciáveis, como no caminho de ferro de Inhambane e Gaza e no de Moçambique -, o saldo foi substancial.

Não se inclui o saldo de exploração do caminho de ferro da Beira, administrado provisòriamente pela metrópole.

Há a salientar os saldos positivos dos portos de Lourenço Marques e Beira. Este ano o do porto de Lourenço Marques ultrapassou o da Beira, apesar de ter menores receitas.

A camionagem apresenta deficit elevado - cerca de um quinto das receitas.

Os transportes aéreos, que têm grande influência nas comunicações- internas, são também deficitárias. Mas o desequilíbrio tende a decrescer. Na descrição sucinta das receitas ordinárias nota-se um grande progresso entre as provisões e as cobranças. Pondo de lado os serviços autónomos, que acusam cobranças muito maiores, ainda se verifica progresso em todos os outros impostos que as constituem, em especial nos impostos indirectos.

Parece não ter havido grandes dificuldades na cobrança, embora se tenham sentido dificuldades nas transacções.

Não se pode deixar de dizer-se que o aumento da importação concorreu para melhoria nas receitas e que esse acréscimo produziu um dificit muito maior na balança do comércio, que precisa de ser atenuado.

Julga-se que o desenvolvimento gradual dos recursos internos e mais intensa industrialização podem neutralizar quaisquer falhas nas receitas derivadas de menores importações.

A - província de Moçambique, como a de Angola, começa a atravessar uma crise de crescimento económico. Neste estágio o uso parcimonioso de investimentos de reprodução a longo prazo é uma necessidade.

Um dos problemas mais instantes parece ser o de substituir parte das importações por produtos obtidos internamente, em conjunção com um aumento sensível nas exportações, de modo a melhorar a produção interna e assim criar matéria tributável. Não chegou a 95 840 contos o aumento das despesas ordinárias durante o exercício de 1956, se forem excluídas do Total as despesas dos serviços autónomos.

Este acréscimo foi de cerca de 10 por cento em relação ao exercício anterior.