Talvez que os serviços geológicos, devidamente constituídos e dotados, pudessem auxiliar também na pesquisa de águas, essencial para usos domésticos em certas regiões.

Os serviços relacionados com a indústria e geologia despenderam 6 309 contos - mais 2066 contos do que em 1955.

As verbas maiores referem-se a vencimentos (1555 contos), a pessoal contratado (1635 contos) e à aquisição de móveis (1236 contos).

Dado o recente surto na indústria, julga-se indispensável dotar de pessoal estes serviços. Embora a iniciativa privada procure ela própria estudar as possibilidades de aplicação de produtos naturais às indústrias parece aproximar-se o momento da constituição de um organismo especializado com o objectivo de estudar as possibilidades de transformação in loco de algumas matérias - primas que existem na província.

Serviços agrícolas A despesa total destes serviços atingiu 27 356 contos - mais 1557 do que em 1955, mas encontram-se incluídas as despesas com o Fundo de Tabaco (905 contos) e as do Fundo de Fomento Orizícola (7244 contos). De modo que a despesa efectiva dos serviços de agricultura se reduz para 19 207 contos. Os vencimentos e pessoal contratado custaram 7 937 contos.

É ambiciosa a estrutura orgânica dos serviços, que compreende quatro secções: agronómica, economia agrícola, botânica agrícola e florestal, serviço florestal, zoologia agrícola e florestal e fitopalogia. Mantém a estação experimental do Umbeluzi e delegações ou repartições em Gaza, Inhambane, Manica e Sofala, Tete, Zambézia, Moçambique, Gabo Delgado e Vila Cabral, além do posto de culturas regadas no vale do Limpopo e postos agrícolas em Mocuba, Bibaué, no Niassa, e Mogovolas. Algumas das suas dependências têm obtido assinalados êxitos, como, por exemplo, o posto de culturas regadas do Limpopo.

Parece ser indispensável alargar a esfera de acção dos postos e intensificar as suas investigações.

Uma boa actuação destes serviços pode ter consideráveis repercussões na balança do comércio.

Serviços pecuários Estes serviços aumentaram a sua despesa para 15 025 contos - mais 893 do que no ano anterior. Como os serviços agrícolas, estendem a sua acção a toda a província, porém, a deficiência de dotações circunscreve a sua acção apenas às zonas mais conhecidas.

O inconveniente mais sério para o desenvolvimento da pecuária parece residir na mosca tsé-tsé. Alguns exemplos mostram, porém, possibilidades de luta, e a existência de largas manadas de bois em certas regiões indica essas possibilidades.

As verbas de maior relevo na despesa referem-se a pessoal dos quadros (2699 contos), pessoal contratado (3060 contos) e pessoal assalariado (1858 contos). A acção dos serviços tem incidido também sobre a construção de poços e bebedouros, tanques carracicidas e outros meios de defesa animal. Gastaram-se 2346 contos nestes objectivos. A organização dos serviços geográficos e cadastrais tem produzido bons resultados em certos aspectos da sua actuação.

A despesa eleva-se a 6450 contos - mais 313 contos do que em 1955. Há, além disso, a acrescentar parte das dotações da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, que recebeu da província como subsídio 7421 contos.

Serviços autónomos Gozam de autonomia os portos, caminhos de ferro e transportes, os correios, telégrafos e telefones, a Comissão Central de Assistência, a Comissão de Caça, o Conselho de Câmbios e Inspecção Bancária, o Fundo de Fomento de Tabaco, o Fundo de Fomento Orizícola. o crédito rural indígena e a Caixa de. Crédito Agricola.

Já acima se indicaram as receitas e despesas de cada um destes serviços e os Saldos, que são sempre positivos.

Considerar-se-ão neste lugar, com algum pormenor, apenas os portos, caminhos de ferro e transportes.

Portos, caminhos de ferro e transportes O movimento dos caminhos de ferro da província de Moçambique é muito grande.

A mercadoria transportada em 1956 ultrapassou 5 100 000 t, sem incluir o caminho do ferro da Beira.

A maior parte do tráfego internacional provém da África do Sul e das Rodésias e Niassalândia e o seu progresso desde 1938 tem sido contínuo.

Com a abertura do novo caminho de ferro do Limpopo, com término em Malvernia e ligações com a Rodésia do Sul, já em serviço em 1956, o tráfego ainda aumentou em perto de l 000 000 t.

Julga-se que ainda há-de acentuar-se mais a afluência do tráfego nos anos mais próximos, apesar das negociações em curso de uma parte do tráfego da Rodésia do Norte passar pelo caminho de ferro de Benguela, em Angola. E, se amanhã vier a ser realidade o prolongamento do caminho de ferro de Moçâmedes, ainda mais se há-de acentuar a corrente de tráfego para a costa ocidental.

Apesar destas perspectivas, o desenvolvimento da Federação das Rodésias e Niassalândia, que tem progredido nos últimos anos, há-de manter-se. A construção da central de Kariba, por si só dará grande incremento à economia da África Central.

No quadro a seguir dá-se o desenvolvimento do tráfego desde 1938 em milhares de toneladas:

Nota-se no quadro a influência do caminho de Ferro de Lourenço Marques e o relativamente grande desenvolvimento do de Tete, que transporta os cavões de Moatize e já atingiu 261 500 t em 1956.

Também se tem desenvolvido o tráfego de passageiros. Em 1956 o número de passageiros transportados elevou-se a l 549 013 mais 123 000 do que no ano