Verifica-se, assim, que até ao fim do 1957 frequentaram os cursos da defesa civil, com aproveitamento, 37 000 instruendos.

E se é de destacar o labor intenso e útil desenvolvido pelos instrutores, mais é de apreciar e louvar a atitude dos instruendos, que voluntariamente frequentaram os respectivos cursos. E fizeram-no fora das horas de trabalho, sacrificando o seu repouso e, muitos, mesmo os seus interesses.

Julgo ainda digno de se salientar que os 37 000 instruendos pertenciam aos seguintes grupos:

Juventude (alunos dos liceus, filiados da

Empregados públicos (cursos nos Ministérios) ... 2 000

Vários (cursos feitos em seminários, bombeiros

As senhoras, sempre bondosas e evidenciando o seu conhecido espírito humanitário, representam um apreciável número de instruendos, tendo sido o respectivos cursos realizadas nas escolas do magistério primário e em cursos de primeiros socorros em todo o País.

A Escola Nacional é destinada especialmente a ministrar cursos superiores e especiais e tem sido frequentada por médicos, engenheiros, oficiais do Exército, professores do liceu, etc., em cursos de instrutores ou de organização e planeamento.

Para a sua instalação definitiva foi cedido o antigo quartel da Penha de França por S. Ex.ª o Ministro da Defesa Nacional, que, com o maior empenho e interesse, vem promovendo o eficiente desenvolvimento de. todos os serviços da defesa civil.

A inauguração desta Escola, instalada em boas condições e dispondo dos precisos requisitos pedagógicos, terá lugar muito brevemente.

Para finalizar as referências às manifestações de actividade do serviço de instrução da defesa civil, citarei os principais exercidos que têm sido realizados e são, de uma maneira geral, mais ou menos conhecidos de todos.

Em 1952:

Na região do Entroncamento. - Fim: funcionamento de postos de comando, dispensão e ocultação de luzes, tendo tomado parte iro exercício, com todo o interesse, o pessoal dos caminhos de ferro (C. P.).

Em Setúbal (Barreiro). - Fim: funcionamento de postos de comando e ocultação de luzes.

Em Santarém. - Fim: funcionamento de postos da comando e colunas de apoio móvel.

Em Viseu. - Fim: exercício de dispersão (1.º).

Em Viseu. - Fim: exercício de dispersão (2.º) e recepção.

No Entroncamento. - Fim: funcionamento do sistema de alerta.

Em Almada, Braga e Lamego. - Fim: demonstrações sobre dispersão e recepção.

Já no corrente ano foi realizado um exercício de postos de comando, encarado no âmbito nacional e tratando especialmente de problemas relativos às zonas de Lisboa, de Setúbal e do Porto.

Nele tomaram parte não só os representantes dos comandos distritais do continente e da Brigada Naval, mas ainda os dos diversos serviços próprios da defesa civil ou que com ela colaboram ou cooperam.

Este exercício, embora não tenha representado grande espectáculo para o público, foi de excepcional importância pelas noções que proporcionou aos executantes e pelos ensinamentos práticos que todos colheram. Além de ter aberto novos horizontes, contribuiu para a concretização de uma eficiente estrutura da nossa defesa civil.

É digna de registo a colaboração útil e valiosa prestada durante os vários e por vezes fatigantes trabalhos pelos dignos delegados da Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia de Viação e Trânsito, serviços de incêndios, serviços públic os de água, gás e electricidade, etc.

Ainda este ano será realizado um importante exercício na zona portuária de Lisboa, a cargo especialmente da Brigada Naval.

Um outro trabalho de grande importância para a defesa civil está em vias de realização.

Trata-se da instalação do dispositivo de alerta aéreo, destinado especialmente a assinalar ti população n iminência de ataque inimigo e que abrangem todo o País (base XIV).

Em 1955 foi instalado um sistema de alerta no Entroncamento, que tem servido de centro de estudo o experiência.

Em 1956 e 1957 procedeu-se à instalação do sistema em Lisboa, nas zonas da Baixa e portuária, devendo este ano estender-se a zona industrial.

Ficará, pois, assegurada em 1958 a cobertura do sector mais populoso e activo da cidade de Lisboa.

Ainda este ano também se procederá a idêntica instalação numa das zonas mais importantes do Porto.

Aí comunicações de alerta sento feitas por rede exclusiva, já instalada nos sectores de Lisboa e no Entroncamento.

Utilizar-se-á igualmente a rale de telecomunicações da Legião Portuguesa, que cobre todo o País e ilhas adjacentes.

A defesa civil dispõe já do material destinado ao equipamento e meios de transporte para a instrução do pessoal e de algum de mobilização.

Existem, distribuídos por todos os comandos distritais, os artigos necessários para o equipamento de duzentas e cinquenta brigadas de socorro imediato, além de macas, bolsas de maqueiro e de enfermeiro, etc.

Muito mais ainda haveria a dizer a respeito do que tem sido realizado no campo da defesa civil, mas o que citei julgo bastante para elucidar sobre o esforço que tem sido desenvolvido e sobre o trabalho útil que se tem procurado fazer.

Acrescentarei, porém, que continuam a ser estudados com o maior interesse e objectividade os assuntos relativos à organização, planeamento e estruturação da