José António Ferreira Barbosa.

José Rodrigo Carvalho.

José Sarmento de Vasconcelos e Castro.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Tarujo de Almeida.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Documentos a que se referiu o Sr. Presidente no decurso da sessão:

Mensagem do Sr. André Le Troquer, Presidente da Assembleia Nacional da França, ao Presidente da Assembleia Nacional de Portugal.

remerciements que vous adresseront mon ami, lê Ministre Louis Christiaens et sés collègues de l'Assemblée Nationale qui l'accompagnent.

Veuillez agréer, Monsieur lê Président, 1assurance de ma haute considération.

André Le Troquer

Discurso do Sr. Presidente da Assembleia Nacional de Portugal

Srs. Parlamentares franceses: em nome da Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa e no meu próprio, é-me sobremaneira grato exprimir as nossas calorosas saudações aos Srs. Parlamentares franceses aqui presentes e neles saudar também a Assembleia Nacional Francesa, a que pertencem; e, ao fazê-lo, posso assegurar-lhes que interpreto fielmente os sentimentos gerais do povo português. A presença da França é, em Portugal, uma presença, excepcionalmente simpática; mas quando essa presença é representada por qualificados elementos da sua mais alta Assembleia política, que nos trazem, num gesto de gentileza, a afirmação da sua homenagem ao esforço português ,na primeira guerra mundial e de piedade pelos que nela tombaram e na terra francesa repousam da sua última batalha, essa presença então toca-nos no mais vivo da sensibilidade, torna-se por instantes em símbolo, eloquente da compreensão dos dois povos ,e acende nos corações a esperança de que a memória dos sacrifícios suportados em comum será a garantia de uma fecunda e leal colaboração de Portugal e da França na reconstituição do primado espiritual da Europa e na prossecução dos seus ideais

Esta grande família das nações da Europa encheu a história com os lances das suas guerras, verdadeiras guerras, civis, e com o ruído das suas grandes, passadas» pelo Mundo; a auréola da vitória coroou ora um, ora outro dos membros dessa gloriosa família. Mas, ao fim e ao cabo, esse grande corpo foi-se enfraquecendo, coma perda dos seus melhores filhos, até cair na prostração, de que se vem levantando penosamente. Esquecer esses infelizes dissídios intestinos, para só evocarmos os acontecimentos que possam restituir-nos o sentimento da unidade familiar a que pertencemos, é um inestimável serviço prestado à edificação de uma nova Europa, e de uma humanidade desafogada de presságios funestos, dos temores, e misérias ancestrais que lhe têm ensombrado a marcha ao longo da história. Por isso, Senhores, nós vos agradecemos os terdes vindo até nós, acompanhando o Cristo das Trincheiras da Flandres, que porventura inspirou tantos actos de heroísmo dos soldados portugueses, pacificou os terríveis, sofrimentos de muitos e ungiu de resignação e de esperanças os que cerraram os olhos à luz longe da sua pátria, na terra ensanguentada da França.

Possam esses dias de fraternidade nos sofrimentos e na glória final do triunfo alumiar sempre as relações entre os dois povos e o espírito dói» seus governantes.

O entendimento entre as Assembleias Nacionais, que pela vossa honrosa visita agora se inicia, é mais um passo seguro no entendimento e no abraço das duas pátrias latinas. Nem nos separam, antagonismos de interesses no Mundo, nem sequer concepções essenciais de vida ou diferenças fundamentais de civilização ou de cultura. Seguimos daqui com atenção e com compreensão do seu largo alcance o esforço do povo francês para se aguentar na situação, de relevo que a história, a geografia e as virtudes da raça lhe marcaram no quadro das grandes nações do Mundo.

O valor inestimável da vida humana, o destino superior do indivíduo, a boa fé nas relações contratuais, a família como pedra angular da sociedade, o espírito de moderação e de tolerância, a liberdade indispensável à realização da personalidade moral do homem e do cidadão têm entre nós o mesmo culto que no vosso país. Quer dizer que ambos se integram espiritualmente naquele núcleo de princípios e de valores que definem a civilização comum a que pertencemos - a civilização ocidental cristã.

Srs. Deputados franceses: eu poderia evocar a história para vos lembrar que foi um príncipe da Casa de Borgonha o propulsionador da independência de Portugal e que francesa foi a última rainha de Portugal. Mas a todas as evocações históricas eu prefiro a realidade do presente. Estais num país que vos conhece, que faz justiça aos sofrimentos da França pela causa da humanidade, onde a vossa arte, a vossa ciência, a vossa literatura, a vossa língua têm a mais larga penetração. Sobre esta realidade solidíssima podem firmar-se as mais fortes esperanças de relações cordiais entre os dois povos.

Srs. Deputados franceses: levem desta «ocidental praia lusitana», donde partiram os nautas portugueses que no século de Quinhentos alargaram a geografia e o Mundo e lançaram os fundamentos do mundo moderno, deste povo altivo do seu passado inigualável, certo do seu destino futuro, consciente das missões que tem