Apesar do vultoso programa de renovação e reconstrução adoptado pela Lei n.º 1959, de 3 de Agosto de 1937, a rede telefónica continuou a revelar atraso na satisfação das crescentes necessidades. A inclusão de uma verba de 300 000 contos no I Plano de Fomento destinada principalmente à rede telefónica foi logo tida por insuficiente para uma conveniente expansão do serviço, pelo que na revisão a que se procedeu em 1955 foram inscritos mais 300 000 contos. As fontes de financiamento foram as seguintes: 300 000 contos concedidos por empréstimo da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência e 300 000 contos de autofinanciamento.

Sem embargo deste volume de encargos, o investimento previsto foi excedido em cerca de 100 000 contos, conseguidos por autofinanciamento, por se reconhecer a necessidade de ampliação das instalações, de acordo com o programa traçado em 1936, para o que o fundo de reserva criado pela Lei n.º 1959 contribuiu com cerca de metade (Decreto-Lei n.º 37 651, de 12 de Dezembro de 1949).

O número de novos pedidos apresentados ultimamente aos CTT atinge a média anual de dez mil, com tendência para subir, em consequência da expansão económica do País.

Quanto à qualidade e segurança do serviço, a maior parte das instalações dos CTT são incompletas ou necessitam de ser remodeladas, por impossibilidade de dar plena satisfação ao plano geral traçado em 1936. A expansão das comunicações telefónicas deve principalmente visar:

b) Progressiva instalação de redes telefónicas locais em cabos subterrâneos (as redes em cabos sobem de 61 por cento para 75 por cento e a rede interurbana e regional de 14 por cento para 55 por cento);

c) Progressiva automatização telefónica interurbana;

d) Instalações de cabos telefónicos regionais nos principais feixes de grupos de redes a automatizar;

e) Instalação de cabos telefónicos interurbanos mais importantes entre centrais distribuidoras e na área de cada distribuidora;

g) Mecanização das centrais postais mais importantes;

h) Edificações para a acomodação de todas as instalações de telecomunicações e desenvolvimento da rede postal;

i) Aquisição de transportes mecânicos para construção e conservação das instalações de telecomunicações e para o desenvolvimento da rede postal. Para a realização deste programa prevêem-se os seguintes investimentos:

Contos

Instalações telefónicas ......... 500 000

§ 7.º

Ponte sobre o Tejo A importância no plano nacional da ligação por meio contínuo das duas margens do Tejo em frente de Lisboa está reconhecida desde há muito, datando de 1876 o projecto do engenheiro Miguel Pais. que constituiu a primeira das tentativas concretas para a resolução deste problema, naturalmente dificultadas pela envergadura da obra necessária.

O desenvolvimento do País, e em especial o das regiões mais directamente afectadas pela existência do fosso constituído pelo estuário do Tejo, fez aumentar gradualmente o interesse do empreendimento. Por outro lado, o progresso geral operado nas últimas décadas da vida nacional conduziu à atenuação das dificuldades financeiras e técnicas que contrariavam a realização da obra, tornando esta cada vez mais acessível à consideração da administração pública. Só as perspectivas desfavoráveis a empreendimentos desta natureza e proporções, criadas pela iminência da última guerra mundial, impediram que fosse realizada, há cerca de vinte anos, a ponte Beato-Montijo, para cuja construção e exploração o Governo chegou a abrir concurso, depois anulado.

Nem por isso, entretanto, a Administração perdeu de vista o problema, que continua a ser objecto de estudo, atento à evolução das circunstâncias que, sobretudo depois de construída a Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, vieram a recomendar prioridade de consideração para um traçado mais a jusante do então encarado.

Ao contrário do que se previa, a construção da Ponte Marechal Carmona não diminuiu o interesse da obra em frente de Lisboa. Embora o tráfego naquela ponte tenha duplicado nos primeiros três anos do seu funcionamento, as estatísticas do tráfego na travessia do Tejo em Lisboa revelam que este continuou a registar a mesma taxa de aumento anual, sem reflectir qualquer repercussão do funcionamento da Ponte Marechal Carmona.

Pelo contrário, o surto de crescimento populacional das povoações fronteiras à capital, e em especial do concelho de Almada, fez surgir aspectos críticos que, apesar dos bons esforços para melhorar as condições da travessia fluvial, tudo indica que venham a avolumar-se em próximo futuro, tendendo-se ràpidamente para uma situação insustentável, sejam quais forem as medidas de condicionamento urbanístico regional que possam ser empreendidas para obviar a este estado de coisas.

Ao mesmo tempo, estas mesmas circunstâncias de intenso crescimento da torrente de tráfego entre as duas margens fez aumentar correspondentemente a viabilidade económica da obra necessária, em termos que podem simplificar muito a resolução do problema financeiro inerente a um empreendimento deste vulto. As características geológicas e tectónicas do vale do Tejo constituem uma determinante importante para a localização da obra no corredor a jusante de Cacilhas.

Por outro lado, qualquer directriz partindo da zona central de Lisboa depararia com grandes dificuldades de ordem urbanística, além de que não seria a mais harmónica com os princípios orientadores da urbanização regional atrás esboçados.

A análise cuidadosa do problema, tendo presentes todos os aspectos significativos, levou a optar pelo estabelecimento da obra em íntima correlação com a Avenida de Ceuta, no que se refere à ligação rodoviária, e