Para os mesmos efeitos de prioridade no mercado de capitais se inscreve no Plano irmã indústria de base - a do alumínio. É muito grande o investimento previsto em comunicações e transportes. O plano rodoviário de Angola está a ser estudado com o pormenor técnico e económico exigido pela recente legislação. Na preparação do Plano de Fomento foi encarecida por todas as entidades a necessidade de consignar a este objectivo o máximo de recursos compatíveis com as possibilidades materiais de execução dos estudos e obras.

Relativamente aos caminhos de ferro e portos, deseja-se apenas acentuar, nesta justificação global, que as considerações da ordem interna, até hoje dominantes para Angola são agora acompanhadas, por preocupações de natureza internacional. Por Angola faz-se já o escoamento de mercadorias da Rodésia e do Congo Belga, que utilizam a linha concedida à Companhia do Caminho de Feiro de Benguela, mas dois novos problemas de grande acuidade surgiram nos últimos anos: a ligação da Rodésia com o Atlântico, por nova via e a ligação do porto de Luanda com a rede nacional belga. Na província de Angola existem desde 1938 Planos de Fomento. Com efeito, o Decreto-Lei n.º 28 924, de 16 de Agosto, de 1938, aprovou um plano de aplicação do Fundo de Fomento para os anos de 1939 a 1945; a Portaria Ministerial n.º 9, de 23 de Outubro de 1945, aprovou um novo plano, que vigorou de 1946 a 1950, e a que outro se seguiu, aprovado pelo Decreto n.º 38 322, de 5 de Julho de 1951.

Na vigência deste foi elaborado o I Plano de Fomento, para o qual, a partir de 1953, transitaram alguns dos empreendimentos naquele contidos. Passaram, portanto, a vigorar simultaneamente dois Planos - o do Fundo de Fomento de Angola e o nacional.

Em 1955, terminado o plano do Fundo de Fomento, ponderou-se que não podiam ser interrompidas as obras em curso, mas que, por outro lado, poderiam resultar inconvenientes desta simultaneidade de planos, e, assim, o Decreto n.º 40 476, de 30 de Dezembro de 1955, fez coincidir os termos de ambos, fixando para o primeiro unia duração de três anos.

É, pois, altura de decidir se devem manter-se em Angola, separadamente, depois de 1958, o Plano do Fundo de Fomento e o II Plano de Fomento Nacional.

A resposta deve ser negativa, pois o segundo pode abranger as principais obras que o primeiro incluía e, quanto a algumas cuja natureza não permita a mesma solução, é possível continuá-las sem necessidade de manter aquela duplicação.

Justificação dos empreendimentos Conhecimento científico do território A valorização económica dos territórios deve apoiar-se em cartas de escala e rigor convenientes, que permitam avaliar das possibilidades e perspectivas dos empreendimentos que se pretende realizar.

A falta de um levantamento geral obrigou a assentar parte dos empreendimentos realizados em elementos expeditos ou parcelares que, por vezes, não permitem uma visão completa dos problemas no seu conjunta e a sua integração num plano geral de realizações.

Para obviar a este inconveniente e intensificar a cartografia, o Governo mandou incluir no Plano de Fomento de Angola verbas importantes para o levanmento geográfico e cadastral, que está sendo executado pela missão geográfica de Angola (geodesia e astronomia) e serviços de agrimensura da província, que foram equipados com a necessária aparelhagem.

No plano aprovado prevê-se o levantamento de uma área de cerca de 630 000 km2 - toda a zona a oeste do meridiano 18º E. G., pouco mais que metade da superfície de Angola, a realizar pelos métodos clássicos e processos fotogramétricos, sendo a fotografia em parte realizada, por empresas especializadas. As cartas serão à escala de 1:100 000.

Este plano é estimado em 110 000 contos.

Mas o problema é tão premente que se julga útil encarar neste II Plano de Fomento também o levantamento e elaboração das respectivas cartas da zona este do. meridiano 18º E. G., recorrendo-se a novos métodos electrónicos para executar o apoio trigonométrico e fotogramétrico, por não ser fácil nem económico estabelecer com rapidez a cobertura geodésica desta região, onde praticamente nada foi feito.

Haverá que recorrer para este trabalho a empresa especializada idónea, prevendo-se, com base em proposta existente, que o encargo será da ordem dos 140 000 contos. Estudos geológicos São insuficientes, e, por vezes, vagos, os conhecimentos dos recursos e possibilidades mineiras, do subsolo; a vastidão da província justifica que se prossigam e completem os trabalhos já realizados, com vista a obter os elementos que. permitam elaborar a carta geológica.

O programa que se pretende executar deve apoiar-se na cartografia e fotogrametria à medida que se forem concluindo.

Nas zonas de interesse especial que se forem reconhecendo far-se-ão estudos mais completos, quando se reconheça necessário.

Para esta finalidade se prevê a verba de 30 000 contos. A missão de pedologia de Angola da Junta de Investigações do Ministério do Ultramar já fez o reconhecimento geral da província, tendo, começado os levantamentos sistemáticos por distrito. E para o prosseguimento deste trabalho que se previu a verba de 15 000 contos.