Moçambique
Generalidades
Até há pouco poderia supor-se que o Plano de Fomento de Moçambique reflectiria, distanciando-o do de Angola, as circunstâncias internacionais que têm influenciado o desenvolvimento do seu sistema de comunicações. Factos recentes atenuam, porém, essa diferença.
Por um lado, no tempo e pelos recursos do I Plano de Fomento, realizaram-se em Moçambique grandes trabalhos de comunicações, com interesse primacial para os territórios vizinhos, os quais não exigem continuação no II Plano. Por outro lado, as referidas circunstâncias internacionais reportam-se também agora em elevado grau à província de Angola, com projecção, com já se disse, neste Plano.
Finalmente, deve observar-se que, sem se descurar a satisfação das necessidades de países vizinhos, que exigem o transito pelo nosso território, o Plano para Moçambique é inspirado pela preocupação de elevar a província a nível económico que garanta a reciprocidade das relações externas e II compreensão do verdadeiro significado do nosso desejo de auxiliar, pelo transporte ferroviário e pelas facilidades portuárias, as economias dos países contíguos.
Desse ponto de vista, todo este Plano pode ser considerado de fomento da produção e do povoamento.
Aparecem, contudo, com especial relevo, certos empreendimentos que directamente se consideram agentes desse fomento, e a colocação do assento tónico de alguns ou no fomento da produção ou no povoamento é simples questão de critério teórico, pois na prática esses dois fins convergem.
Assim se justificam as verbas destinadas a fomento agro- pecuário, para que a província tem excepcionais aptidões, em grande parte ainda inaproveitadas, e o fomento mineiro, que se desejaria colocar na base de uma economia estável, no sentido de menos sujeita às flutuações resultantes dos mercados externos de produtos alimentares ou agrícolas. As verbas inscritas nem sempre dão ideia do valor atribuído aos assuntos, pois a intervenção do Estado pode em alguns casos ser mais profunda do que noutros.
Pode, por exemplo, observar-se que a indústria não é directamente contemplada no Plano, mas já a propósito de Angola se disse que o programa de estudo e de construção de aproveitamentos hidroeléctricos tem em vista, em grande parte, a criação das condições sobre as quais a moderna indústria fatalmente assenta.
A continuação do caminho de ferro de Moçambique até ao lago Niassa, se grande benefício trará aos distritos do Norte da província, também pode oferecer aos outros territórios ribeirinhos um novo escoadouro das suas produções.
E, por último, encaram-se também soluções para a melhoria dos transportes aéreos, fundamentais, quer na vida económica, quer na vida social da província.
Justificação dos empreendimentos
Parece conveniente que se continuem os trabalhos de reconhecimento geológico, para completar as cartas geológicas parcelares.
Paralelamente, supõe-se conveniente proceder a trabalhos de prospecção mineira em zonas já conhecidas como de valor potencial onde não seja possível interessar a iniciativa privada. Assim, encaram-se trabalhos deste género no distrito do Lago, ao norte de Vila Cabral, para melhor conhecimento da bacia carbonífera de Maniamba, região em que já anteriormente se procedeu a uma primeira fase de prospecção, tendo os re-