Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João Augusto Dias Rosas.

João de Brito e Cunha.

João Carlos de Sá Alves.

João Mendes da Costa Amaral.

João Pedro Neves Clara.

Joaquim Dinis da Fonseca.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim Pais de Azevedo.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Pereira Jardim.

José António Ferreira Barbosa.

José Dias de Araújo Correia.

José Fernando Nunes Barata.

José de Freitas Soares.

José Garcia Nunes Mexia.

José Guilherme de Melo e Castro.

José Hermano Saraiva.

José Manuel da Costa.

José Monteiro da Rocha Peixoto.

José Rodrigo Carvalho.

José Rodrigues da Silva Mendes.

José Sarmento de Vasconcelos e Castro.

José Soares da Fonseca.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Laurénio Cota Morais dos Reis.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel José Archer Homem de Melo.

Manuel Luís Fernandes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Tarujo de Almeida.

D. Maria Irene Leite da Costa.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis

Mário Ângelo Morais de Oliveira.

Mário de Figueiredo.

Martinho da Costa Lopes.

Paulo Cancella de Abreu.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Ramiro Machado Valadão.

Rogério Noel Peres Claro.

Sebastião Garcia Ramires.

Urgel Abílio Horta.

Venâncio Augusto Deslandes.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Vítor Manuel Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 98 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 25 minutos.

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o Diário das Sessões n.º 37, de 15 do corrente.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Como nenhum dos Srs. Deputados deseja fazer qualquer reclamação, considero-o aprovado.

Deu-te conta do seguinte

Do Grémio dos Vinicultores de Lamego a apoiar a intervenção do Sr. Deputado Manuel Nunes Fernandes em defesa dos interesses da região de Lamego.

Da Câmara Municipal de Lamego no mesmo sentido.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Costa Ramalho.

O Sr. Costa Ramalho: - Sr. Presidente: o plano de estudos actualmente em vigor no ensino liceal português não estimula de modo algum o cultivo das humanidades clássicas entre nós. Ao lado de uma inovação de grande interesse formativo e cultural para os que dela beneficiam - refiro-me ao estudo do grego nas alíneas o) e d) do curso complementar de Letras-, a par desta louvável iniciativa da reforma de 1947, deu-se um golpe mortal na tradição, já de si pouco robusta, dos estudos latinos do liceu. Com efeito, reduzido aos dois anos finais do curso liceal, e só para os alunos de Letras, o latim foi quase proscrito do ensino secundário.

Parece-nos tempo de as autoridades competentes reconsiderarem sobre se o caminho ultimamente seguido nesta matéria é realmente o melhor. E, ao jeito de modesto contributo para a revisão do problema, tratarei muito brevemente e sem quaisquer pretensões de tecnicismo de dois ou três lugares-comuns com que se tem pretendido justificar a supressão do latim em Portugal.

O primeiro deles é o de que o latim é uma língua morta. Nada mais falso! Com efeito, não é possível apontar um momento sequer na história do Ocidente, desde a Roma antiga até hoje, em que se não tenha escrito ou falado a língua latina. Depois de nela se ter exprimido e comunicado quase toda a cultura ocidental até ao século XVIII, a língua do Lácio continua a ser o idioma oficial da igreja católica e, fora do catolicismo, em latim se escrevem teses, era latim se redigem revistas internacionais, em latim se correspondem as Universidades e muitos homens cultos dos nossos dias.

Acontece mesmo que os nacionalismos exacerbados da hora presente tornam impossível, em muitos casos, o emprego de qualquer das línguas internacionais de maior divulgação, por exemplo o inglês ou o francês. E a ideia de voltar ao emprego do latim como veículo internacional da ciência surge mais viva, quando em congressos de investigadores de todo o Mundo o conhecimento de três ou quatro línguas modernas se revela insuficiente para quem queira seguir os trabalhos; quando Russos e Chineses, ante a surpresa dos físicos e matemáticos de outros países, aparecem a falar em russo e chinês, por entenderem que aos seus idiomas nacionais não assiste menor direito que aos dos sábios do Ocidente.

Perante a necessidade de os cientistas terem de gastar mais tempo a aprender línguas estrangeiras do que no próprio cultivo das especialidades respectivas, um matemático francês, o Prof. Jean Cappelle, antigo reitor da Universidade de Nanei, promoveu em Avinhão, em Setembro de 1956, um Congresso do Latim, Língua Viva, cujo êxito foi enorme, como poderá verificar-se pela leitura das actas já publicadas (Premier Congrès International pour le Latin Vivant, Avinhão, 1956). A ideia, que é realizável nos moldes em que foi posta no congresso, está verdadeiramente em marcha.

Há que perguntar então: o latim língua morta? Decerto, como todas as línguas modernas para aqueles que as ignoram.