lher o modo de vida que lhe convém arruma-se o melhor que pode e entende.

São-lhe fornecidos, por concessão e empréstimo, terras, plantas e meios de iniciar a sua nova vida.

Para o Estado Central ou para o Mãe-Pátria o empreendimento consiste em formar novas pátrias, novos domínios e cultivar e intensificar o comércio entre os membros da comunidade.

Os movimentos de capital e de mercadorias resolverão todos os problemas.

Regra geral, nos escritores a situação demográfica e económica de Angola é vista através de uma pequena lente, tão clara como um cristal de lena - a densidade populacional é pouco mais de três habitantes por quilómetro quadrado na dilatadíssima província.

Este número carece de ser explicado para ser interpretado devidamente.

Poucas zonas haverá hoje impenetráveis, mas existem áreas descomunais de fragas, morros, flancos descarnados pela erosão, que, como as fragas do Douro, só por excepção serão reconquistadas para a cultura. Há as savanas arenosas, onde apenas progride o imbondeiro, de origem pouco menos que lendária, e onde apenas se poderá cultivar mandioca, favorecida pelo cacimbo.

Há a floresta, com o seu sub-bosque impenetrável. Existem ainda cantões e largos tractos de terreno onde a vida do branco se depaupera até à extinção. Não faltam a agravar o choque climático da passagem da Europa aos trópicos os obstáculos da doença e da depressão moral e física.

Portanto, as dezasseis vezes a metrópole encurtam-se e reduzem-se muito e não pode imaginar-se que a terra seja arável, capaz de produções e resultados, senão em manchas mais ou menos pronunciadas num mapa desconforme.

Vários factores tradicionais explicam a fraca densidade e abonam a singularidade do indicativo: mais que 3.

O tráfico da escravatura, a permanente e secular guerra tribal, a subnutrição, a promiscuidade, com pequena taxa de fertilidade, a malária, as doenças, as pneumonias apanhadas nas fogueiras ao ar livre, junto das palhotas, mostram os factores da fraca densidade nativa.

As causas históricas explicam a legião relativa dos brancos.

Claro que a Administrarão, de mãos dadas com a higiene oficial, luta, pugna, trabalha, joga Indo para vencer estes factores de depredarão secular, mas está liceu de ver que, mesmo com vitórias como a da doença do sono, há tarefa e que fazer para lustros e décadas.

Todavia, os poucos mais que 3 são tantos como na Bolívia; três vezes o que há na Austrália; monos 1 do que na Argélia; e mais 1 do que na África Equatorial Francesa.

Todavia, temos de dobrar-nos à eloquência de certos números:

Em 1940 havia em Angola 3 738 010 habitantes; em 1950, apenas dez anos decorridos, havia 4 145 184.

A população cresceu 11 por cento.

Mas o mais importante crescimento era o dos brancos, que atingia 78,9 por cento.

stas tendências, estes trends, acentuaram-se nos últimos tempos.

Sobre a colonização branca vamos agora pedir uma lição aos vizinhos do Centro e Sul africanos.

Em 1954 já havia 103 419 brancos.

Hoje já são mais.

Vejamos agora:

Trata-se de zonas das mais ricas, em altitude apropriada e semeadas de lagos, que muito as beneficiam:

A belíssima e querida cidade de Luanda apresenta números de crescimento que se podem dizer fulgurantes naquelas paragens.

Paulo Dias de Novais, em 1575, passa com 700 homens da ilha para o morro em frente:

Mas nos oito anos últimos a população cresceu muitíssimo.

O dinamismo populacional é dado pela subida regular do número dos que desembarcam:

Quase todos pagaram as passagens por inteiro, mas havia também passagens gratuitas e com descontos nos termos legais.

Além dos que desembarcam, o movimento futuro pode ser dado por estes indicadores:

Assim, o crescimento dos brancos não se pode dizer nem tímido nem lento:

Passou-se assim de 100 para 279,2 em menos de vinte anos.

A Líbia, coroa de glória dos trabalhos coloniais da Itália, do lado de além do Mediterrâneo, a horas da mãe-pátria, apenas consentiu 50 000 italianos em vinte anos.

A sua colonização era modelar, mas caríssima em relação à Cela.

Considerava-se um prolongamento, um apêndice da Itália, e dispunha de clima pouco menos benigno do que o desta.

Já agora fecharei este pequeno capítulo com uma nova nota.

Nos trabalhos internacionais de 1935 a 1939 acreditava-se e fiava-se imenso das técnicas avançadas.

Centrais de refrigeração, construções subterrâneas, têxteis especiais e produtos higiénicos altamente qualificados tornariam passável a vida nos lugares mais recônditos e agressivos do equador ou dos trópicos e facilitariam que os Europeus aí se estabelecessem para viver longamente.