dos países europeus, fosse superior ao do produto nacional.

Os preços por grosso denunciaram tendência altista, reflectindo o incremento da procura e a expansão do volume monetário. Uma das notas dominantes da economia da Europa Ocidental nestes últimos meses foi a criação duma Comunidade Económica entre a Alemanha, a Bélgica, a França, a Holanda, a Itália e o Luxemburgo, nos termos do Acordo assinado em Bona no dia 26 de Março de 1957.

É objectivo final da Comunidade a integração das respectivas economias nacionais num conjunto orgânico, através da unificação das políticas de cada um dos governos.

O facto traz novas e transcendentes perspectivas à evolução das relações económicas internacionais e ao próprio sentido em que há-de processar-se o desenvolvimento dos países não abrangidos pelo Tratado de Roma e dos respectivos territórios ultramarinos.

Torna-se indispensável conciliar os interesses em causa, com vista a evitar, além do mais, que as divergências de ordem económica possam vir a quebrar, no campo político, a coesão e solidariedade do bloco europeu, cada vez mais necessárias à sobrevivência da civilização ocidental.

Para esse efeito, procura-se constituir uma zona de comércio livre que estabeleça a ligação entre os países da Comunidade Económica e os não participantes. Mas as dificuldades do problema são extremas e não foi ainda possível alcançar fórmulas satisfatórias.

A Câmara Corporativa associa-se aos votos expressos pelo Sr. Ministro das Finanças no sentido de que o grupo ministerial encarregado das negociações possa chegar a soluções justas e capazes de harmonizar os interesses em jogo. No período em exame, a economia metropolitana revela, em contraste com o panorama um tanto perturbado e incerto da economia mundial, e sobretudo europeia, que acabámos de resumir, uma posição de estabilidade e de expansão equilibrada.

O produto nacional bruto cresceu de 1955 para 1956 em mais de 2 milhões de contos e a respectiva capitação aumentou apreciavelmente.

Aquele acréscimo foi sobretudo devido à expansão do consumo privado, que melhorou em proporção um pouco superior à do produto nacional.

As previsões para 1957, segundo o relatório ministerial, são por igual favoráveis à subida do rendimento nacional e ao incremento do consumo, devendo atenuar-se o afastamento entre as respectivas taxas de acréscimo.

Cabe aqui uma observação a respeito das limitações estreitas que as estatísticas existentes impõem à disponibilidade de elementos completos e, tanto quanto possível, actualizados relativamente à formação do produto interno e aos indicadores da conjuntura durante o ano em curso.

Há que reconhecer a insuficiência dos dados disponíveis e formular votos por que os respectivos serviços possam estar, num futuro próximo, em condições de os fornecer.

No mesmo sentido, seria de todo o ponto desejável que os quadros de síntese relativos à contabilidade nacional pudessem ser acompanhados de maças discriminativos, nos quais, com algum desenvolvimento,, se fizesse a decomposição dos diversos elementos de cálculo.

E ainda, se referirá a conveniência que haveria em que todos esses dados - essenciais para o estudo da economia do País - fossem insertos em publicações oficiais, a fim de poderem ter a divulgação que indiscutivelmente merecem. A situação da agricultura denota acréscimo da sua contribuição para o produto nacional, entre Junho de 1956 e Junho de 1957, relativamente a período homólogo do ano anterior, por virtude de colheitas favoráveis nos principais produtos, excepto no vinho. Mas até esta circunstância veio consentir o escoamento de reservas e o desagravamento de encargos.

Os elementos disponíveis concernentes às indústrias extractivas e transformadoras mostram no conjunto razoável progressão, salvo nos curtumes e particularmente nos têxteis, onde se notam quebras na produção e no consumo interno.

No sector da energia hidroeléctrica ultrapassou-se pela primeira vez, no ano económico a que nos reportamos, a produção de 2 milhares de milhões de kilo-watts-hora.

A utilização de carvões aumentou igualmente, manifestando vigoroso impulso a extracção de carvões nacionais a partir do 2.º semestre de 1956, para o que decerto contribuiu a elevação dos preços nos mercados externos.

Não se conhecem as cifras relativas à refinação de petróleos e produção de derivados, mas os dados referentes ao consumo, conjugados com os do comércio externo, permitem apurar um acréscimo de 5 por cento no emprego daqueles produtos.

A importação de combustíveis líquidos atingiu em 1956-1957 valor superior a 1 500 000 contos, o que, mesmo atendendo à exportação global de 200 000 contos, representa encargo muito pesado, cujo agravamento convirá prevenir quanto possível.

não aconselham restrições significativas, esta Câmara pensa não dever renunciar-se a uma revisão o mais aprofundada possível do assunto, com vista a conseguirem-se certos reajustamentos em alguns sectores.

Nessa revisão julga-se poderá prestar relevante auxílio a organização corporativa, e especialmente as corporações já constituídas.

Mas é, sobretudo, dos empreendimentos em curso com vista ao fomento económico e à industrialização do País que, neste domínio, se pode esperar contribuição mais valiosa.

No capítulo das exportações, análogo e não menos duro esforço será necessário realizar, designadamente