(ver tabelas na imagem)

Em relação ao ano findo, houve em 1956 uma considerável retracção na importação de óleos combustíveis para a navegação, retracção que se mantém desde 1954, como se pode avaliar pelo quadro seguinte:

(ver tabela na imagem)

Pelo quadro que segue se constata que em relação a 1955 se registou no ano de 1956 um aumento na exportação das principais mercadorias superior a 1:600.000$, aumento provocado especialmente pelo acréscimo de venda de café ( + 56 por cento) e peixe de conserva (+ 35 por cento).

Em contrapartida, houve uma baixa acentuada na saída da purgueira, que sofreu uma queda de 2:424.000$ (- 54 por cento), e do rícino, de 184.000$ (- 28 por cento), que pode atribuir-se a uma má produção agrícola.

(ver tabela na imagem)

Os principais géneros de exportação são, portanto, o café, a purgueira e o rícino.

A produção de café concentra-se nas ilhas do Fogo, Santiago e Brava, ainda que tudo leve a crer que se poderá «atender, com vantagem, a outras ilhas do arquipélago. Na ilha de Santo Antão, onde foi outrora cultura primordial, pouco conta hoje, por esgotamento dos terrenos e por força das doenças da planta. Assim, as tentativas esboçadas para refazer as plantações não lograram êxito por enquanto.

A cultura da purgueira concentra-se nas ilhas de Sotavento. Nas de Barlavento, apenas a da Boavista produz alguma exportável, na sua maioria em terrenos do Governo, sendo pitorescamente chamada «purgueira do povo», pois todos a podem apanhar.

Também o rícino só é cultivado nas ilhas de Sotavento. Uma tentativa em escala apreciável levada a efeito em Santo Antão, pela Companhia do Planalto do Norte, L.da, falhou.

Quanto a produtos agrícolas futuros para exportação, sabe-se que em 1956 duas empresas da Madeira foram à ilha de Santo Antão comprar bananas, tendo então os seus técnicos assegurado que a ilha dispõe de enormes possibilidades para a fruticultura, pela aptidão do seu solo e do clima do arquipélago, o que levou à sugestão da criação de um organismo local de crédito agrícola a largo prazo, com recursos fornecidos pelo Estado, e à construção de um frigorífico, a fim de desenvolver não só a cultura da banana - que já existe na província, mas em escala muito reduzida -, como também a de outros frutos tropicais de fácil colocação nos mercados metropolitanos e europeus, tais como abacates, ananás, anonas e citrinas.

Finalmente, e por acharmos que para melhor compreensão do que os números expostos anteriormente nos dizem é necessário conhecerem-se as condições em que eles são obtidos, vamos expor em breve resumo o que se passa na província a respeito da agricultura e condições de vida da sua população, mormente a dos seus trabalhadores rurais.

Não há nas ilhas de Cabo Verde lavoura em grande escala. A terra reparte-se pelo rendeiro, em regra meeiro, e pelo pequeno lavrador, que, à semelhança do que sucede em muitas regiões metropolitanas, trabalha o campo com auxílio quase exclusivo da família.

A técnica agrícola utilizada pelo lavrador cabo-verdiano mantém-se sem alteração através dos tempos: usa