Propriamente sobre o comércio externo da província, damos a seguir um quadro da evolução, nos últimos quatro anos, das exportações de Angola para á metrópole, restantes províncias ultramarinas e estrangeiro:

(Ver Quadro na Imagem).

E, tal como fizemos para os produtos importados, eis a seguir um quadro mostrando a posição relativa dos principais países compradores da produção da província:

(Ver Quadro na Imagem).

Porque se trata da mais importante província ultramarina portuguesa, da qual lia ainda muito a esperar, pelas suas dimensões, riqueza de solo, indústrias, etc., vamos abordar um pouco mais pormenorizadamente a sua situação económica, numa análise conclusiva dos números que ficaram expostos e socorrendo-nos de informações que nos chegam da própria província.

Assim, vê-se perfeitamente que se reduziu a depressão verificada no decurso de 1955 e que resultara das baixas cotações dos principais géneros agrícolas da exportação, com as quebras da produção da agricultura causadas pelas desfavoráveis condições climáticas que perduraram através daquele ano.

Não só os preços dos géneros favoritos da produção de Angola, em geral, se estabilizaram, mesmo em níveis superiores aos que predominavam no ano anterior, como o regresso da periodicidade das chuvas trouxe produções mais generosas, em qualidade e em quantidade, nalguns casos, como se viu atrás, com notáveis mutações.

A melhoria do preçário e da produção contemplou com destaque o café, cujas cotações se consolidaram para o fim de 1956. Essas tendências acentuaram-se nitidamente durante o ano corrente de 1957.

Esta favorável mudança nos factores decisivos da economia da província -cotações dos géneros e condições da agricultura repercutiu-se, como é natural, em todos os sectores, desde a produção até ao consumo, e reflectiu-se com evidência nas cifras das quantidades e valores da balança comercial.

Nos números expostos anteriormente vê-se que o saldo da balança comercial, apesar de considerável, foi possível com a alta simultânea dos valores da exportação e da importação.

As mudanças assinaladas revelam-se desde logo salutares como sintomas do melhor condicionalismo da produção e do alargamento do consumo. Todavia, permaneceu a crise cambial, manifestada pelas dificuldades de transferências.

Não obstante a posição, como se disse, nitidamente favorável da balança comercial no termo do exercício findo, isto é, de 1956, a província continuou defrontando as dificuldades que para o intercâmbio exterior suo criadas pelas restrições das transferências. Apresentavam-se a contrariar o desafogo do Fundo Cambial as transferências feitas na base de boletins atrasados, as providências no sentido de reter parte das cambiais conferidas para a constituição de fundos de maneio ou reservas do Fundo Cambial e ainda o fluxo de saídas de invisíveis, de estima naturalmente difícil.

Ao examinarem-se depois os dados que respeitam ao sector industrial, vê-se que se acentuou o progresso dos últimos anos manifestado pêlos melhoramentos e pelas expansões de antigas indústrias e pela instauração de outras. Em geral verificam-se aumentos de produção tanto nas actividades industriais que, no todo ou em parte, se dedicam ao abastecimento interno como nas que intervêm principalmente nos valores de exportação.